O Papel e a Influência dos Anjos em Neon Genesis Evangelion: Design, Trama e Recepção

Os Anjos (使徒, shito, traduzido como “apóstolos”) são entidades fictícias da série de anime Neon Genesis Evangelion, criada pelo estúdio Gainax e dirigida por Hideaki Anno. Eles também são apresentados na adaptação para mangá da série, ilustrada por Yoshiyuki Sadamoto. Esses seres desempenham um papel central na trama, atuando como antagonistas da humanidade e tentando repetidamente invadir a sede da agência especial Nerv na cidade de Tokyo-3.

Na narrativa original, a maioria dos Anjos tem origem na entidade chamada Adam, enquanto o décimo oitavo espécime, a humanidade, descende de Lilith, o segundo Anjo. Para contrabalançar a invasão dos Anjos, a Nerv constrói os Evangelions, mechas que, assim como os Anjos, possuem um campo de força conhecido como AT Field.

Influências e Criação dos Anjos

Durante a produção de Neon Genesis Evangelion, a equipe criativa decidiu centrar a história em um conflito entre deuses e humanos. Em um dos primeiros rascunhos, Gainax incluiu inimigos chamados Apostolos (アポストロ, aposutoro), concebidos como relíquias antigas espalhadas pelo globo e deixadas em hibernação por uma espécie conhecida como “Primeira Raça Ancestral” (第1始祖民族, dai’ichi shiso minzoku). Esses inimigos eram descritos como simples armas com quase nenhum componente biológico. A ideia inicial pode ter sido inspirada por obras de James P. Hogan e Arthur C. Clarke, além de filmes de kaiju como Gamera e The War of the Gargantuas.

Na versão final da série, os Anjos foram renomeados e referidos como Shito (使徒, “apóstolos”) em vez de Tenshi (天使), o termo tradicional para anjos na tradição cristã. A escolha do nome “Shito” reflete uma conexão com os doze apóstolos de Jesus e foi feita para representar uma dualidade na representação dos inimigos.

Design e Representação dos Anjos

Os Anjos são seres orgânicos cuja estrutura atômica possui natureza tanto de partícula quanto de onda, refletindo a dualidade onda-partícula da luz. Eles são projetados para serem figuras polimórficas e destrutivas, representando uma ruptura na estrutura social e a introdução de alteridade e morte no cotidiano. Cada Anjo pode mudar de forma, variando de vagamente antropomórfico a sólidos geométricos e tamanhos variados.

Os designs dos Anjos foram amplamente elogiados pela crítica e influenciaram outras séries animadas. Mahiro Maeda desenhou Gaghiel e Israfel, enquanto Yoshitō Asari foi responsável por Sachiel, Shamshel e Zeruel. A decisão de evitar designs antropomórficos ajudou a simplificar a produção e a refletir as ansiedades e o clima da sociedade japonesa dos anos 1990.

A Função dos Anjos na Trama

Na trama, os Anjos são atraídos por Lilith, que está trancada na seção mais profunda da sede da Nerv, o Terminal Dogma. A estrutura narrativa sugere que cada Anjo parece ser uma evolução do anterior e que atacam um de cada vez, possivelmente indicando uma estratégia coordenada ou uma compreensão do estado dos outros espécimes.

Os Anjos possuem a habilidade universal de gerar um campo de força chamado “Absolute Terror Field” (AT Field), semelhante ao dos Evangelions, tornando-os quase indestrutíveis. Seus ataques e nomes são profetizados nos Manuscritos do Mar Morto, e seu comportamento isolado pode indicar um desenvolvimento gradual de inteligência e habilidades para competir contra os humanos.

Recepção Crítica dos Designs e Estilos de Combate dos Anjos em Neon Genesis Evangelion

Os designs e estilos de combate dos Anjos em Neon Genesis Evangelion receberam aclamação tanto de críticos quanto de audiências. Em 2017, a revista Livedoor News realizou uma enquete com os fãs para determinar qual Anjo era o favorito. Os resultados revelaram que Adam e Ramiel foram os mais populares, ocupando o primeiro e o segundo lugar, respectivamente. A revista destacou a beleza dos recursos geométricos de Ramiel e expressou decepção com a baixa classificação de Arael, que ficou em décimo primeiro lugar.

Nick Creamer, do Anime News Network, elogiou a primeira batalha contra Sachiel, chamando o “rosto em disco” do Anjo de “icônico”. Creamer também ressaltou a qualidade das batalhas contra os Anjos, descrevendo-as como uma “combinação cativante de designs monstruosos inquietantemente distintos, estratégias táticas criativas e uma animação de combate deslumbrante e aterrorizante”.

Batalhas Memoráveis

A batalha sincronizada contra Israfel recebeu elogios significativos dos críticos, sendo considerada uma das melhores cenas de ação da série pelo Comic Book Resources. As lutas contra Bardiel e Zeruel também foram bem recebidas, com a batalha contra Zeruel sendo classificada como a oitava melhor luta da história da animação japonesa pela revista Anime Invasion. Martin Theron, do Anime News Network, e Nicoletta Browne, do THEM Anime Reviews, também fizeram comentários positivos sobre o design dos Anjos, descrevendo-os como “de cair o queixo” e “nada menos que impressionantes”.

Adaptação e Mudanças nos Rebuild of Evangelion

Justin Sevakis, do Anime News Network, expressou apreciação pela decisão de omitir os nomes dos Anjos nos filmes Rebuild of Evangelion. Segundo Sevakis, a remoção das referências judeu-cristãs da série original foi uma escolha acertada, já que ele considerava essas referências como “confusas e problemáticas”.

Conclusão

Os Anjos de Neon Genesis Evangelion se destacam não apenas por seus designs inovadores, mas também por suas batalhas intensas e visualmente impressionantes. A popularidade de Anjos como Adam e Ramiel, bem como as críticas positivas sobre as sequências de combate, sublinham o impacto duradouro desses personagens na série e na animação como um todo. A adaptação desses elementos nas versões mais recentes da franquia reflete uma evolução na abordagem criativa, mantendo a essência que cativou o público e consolidou a importância dos Anjos na narrativa de Evangelion.

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O podcast é apresentado por Gabriel Vince. Já foi estudante de filosofia, história, programação e jornalismo. Católico, latino e fã de Iron Maiden. Não dá pra ser mais aleatório que isso.

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