A Écloga VI é um poema pastoral do poeta latino Virgílio.
Trata-se de um poema encomendado durante uma redistribuição de terras no norte da Itália em 40 a.C., onde Alfenus Varus e Cornelius Gallus foram designados para conduzi-la.
Virgílio foi contratado para criar uma epopeia sobre o assunto e a enviou a Alfenus Varus. No entanto, Virgílio compõe um poema pastoral, enviando-o ao seu remetente com um pedido para que ele aceite a dedicatória.
No poema, Virgílio narra como dois pastores, Chromis e Mnasyllus, capturaram Sileno (o professor de Dionísio) e o persuadiram a cantar uma canção. Sileno, então, relata um ciclo dos antigos mitos gregos e a origem das coisas.
Virgílio faz um apelo a Virgilio para que ele compreenda que seus primeiros poemas foram “siracusanos”, imitando Teócrito de Siracusa, na Sicília e que quando tentou escrever poesia épica sobre reis e batalhas, o deus Apolo o repreendeu, dizendo: “Títiro, um pastor deveria pastar ovelhas gordas, mas cantar poesia magra.”
Portanto, Virgílio disse deixar a tarefa de cantar as façanhas militares de Alfenus Varus para outros “mais dignos”, mas ainda deseja homenagear Varus, inscrevendo seu nome no topo do poema.
Nesta Écloga, o poeta visualiza a história humana como uma sequência de eventos negativos e violentos. Descreve os primórdios da terra em detalhes vívidos, dizendo: “Como através do poderoso vazio as sementes foram lançadas / Da terra, do ar, do oceano e do fogo líquido.”
A crosta terrestre esfria, a terra se alegra com sua beleza, mas, assim que a humanidade surge, tudo se corrompe. O poeta utiliza exemplos mitológicos, como Prometeu, punido por roubar o fogo dos deuses, e Cila, que se transformou em monstro após um relacionamento fracassado.
A Écloga VI apresenta um tom irônico devido ao seu contexto. O que era para ser épico torna-se um poema pastoral com tema cosmogônico. O que deveria ter tons positivos de glórias militares transforma-se em um poema que descreve um painel pessimista, representando o lado sombrio da história e das possibilidades humanas.
Com elegância, Virgílio desafia Alfenus Varus, fazendo o oposto do que foi pedido, sem que o mesmo perceba ou possa acusá-lo de qualquer coisa.