The Dead Zone é um thriller de ficção científica dirigido por David Cronenberg e roteirizado por Jeffrey Boam. A história é baseada no romance homônimo de 1979, escrito por Stephen King.
O filme é protagonizado por Christopher Walken, que interpreta Johnny Smith, um professor de literatura que acorda de um coma após um acidente e descobre que adquiriu poderes psíquicos: ao tocar a mão de alguém, ele consegue ver o passado e o futuro dessa pessoa, como se fosse um quiromante.
A “zona morta” do título, conforme explicado no romance, refere-se a uma parte do cérebro de Johnny que foi irreversivelmente danificada durante o acidente, resultando no despertar de suas habilidades psíquicas. No filme, a “zona morta” também pode ser interpretada como uma lacuna em suas visões — uma área em branco que ele não consegue enxergar, representando um futuro ainda indeterminado e que Johnny pode potencialmente alterar.
Embora seja uma obra dirigida por David Cronenberg, The Dead Zone apresenta poucos traços característicos do diretor. Há apenas uma vaga semelhança com seu filme Scanners (1981), mas sem alcançar o mesmo impacto ou relevância artística. Neste projeto, Cronenberg atua mais como um diretor contratado, emprestando seu nome ao filme sem imprimir sua marca autoral de forma significativa.
Apesar de não ser um filme brilhante, o resultado final é satisfatório. Não é o tipo de produção que mancharia a carreira de um diretor, mas também não se destaca como uma obra memorável. As cenas de premonição são um dos pontos altos: em algumas, Johnny fica num limbo entre o presente e o cenário de sua visão; em outras, ele é completamente absorvido por suas previsões. As transições entre esses “mundos” são abruptas e visualmente interessantes.
A trama é simples, mas funcional. O protagonista explora as possibilidades, os usos e as consequências de seu dom, o que mantém o espectador razoavelmente engajado. No entanto, algumas subtramas poderiam ter sido melhor desenvolvidas ou até mesmo cortadas, embora nenhuma delas chegue a ser incômoda ou comprometa a experiência.
No geral, The Dead Zone é um filme adequado para entretenimento casual. É uma boa escolha para uma noite de sábado, seja em uma locadora de vídeo (nos moldes antigos) ou em uma exibição nostálgica nas madrugadas da Globo. Um filme pra assistir, se divertir e esquecer logo em seguida.