Trata-se da temporada mais longa da série, com 21 episódio (as outras tinham apenas 13). Começou sendo exibida em 2006 e terminou em 2007.

A primeira parte da temporada enfoca a possibilidade de redenção, já que vários membros da família do crime de Nova Jersey têm a chance de mudar seu comportamento, especialmente o chefe da máfia Tony Soprano, que enfrenta um “despertar” após uma experiência de quase morte.

A segunda parte enfoca a família do crime Soprano que sofre as consequências de suas ações ao entrar em conflito com seus inimigos de Nova York.

Tudo isso, podemos dizer, é uma descrição muito superficial.

A despedida de David Chase é uma carta criptografada. Os primeiros episódios são uma misteriosa jornada de Tony Soprano num delírio psico-místico com alusões a mitologia egípica e a filosofia tibetana.

Viagem decorrente de uma experiência de quase-morte. Seu tio Junior, uma figura confusa e decadente, atira nele logo no primeiro episódio.

Made in America

O último episódio da última temporada (Made in America) é um crescente de tensão que não oferece nenhuma pista do que podemos chamar de “conclusão”. A última cena de Sopranos é apenas uma tela preta e um silêncio estarrecedor. Um convite ao expectador criar o desfecho dentro da sua própria imaginação.

O uso de um corte abrupto para uma tela preta seguida por vários segundos de silêncio levou muitos telespectadores desesperados a acreditarem que seus televisores haviam tido algum defeito – bem no momento mais decisivo.

Até hoje, criam-se teorias sobre o que poderia ter acontecido com Tony e sua família no último momento.

Até hoje lembramos cada momento aparentemente banal daqueles últimos minutos da série: a impaciente escolha de músicas na jukebox da lanchonete, as gordurosas onion rings servidas na mesa, as conversas descontraídas e aparentemente desimportantes entre Tony, A.J. e Carmela, a dificuldade de Meadow em estacionar, o misterioso com a homem de jaqueta caminhando para o banheiro logo antes do apagão.

O que aconteceu? O QUE ACONTECEU, PORRA???!!!

Tudo toda minuncia se torna desesparadamente apreensiva. Até hoje, é considerado um dos encerramentos mais geniais da história da TV – um “climax-anti-climax” que nunca poderá ser repetido novamente (o mais próximo disso foi o final da terceira temporada de Twin Peaks, de David Lynch).

Encerramento perfeito de uma das melhores séries de todos os tempos.

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