Primeira Ópera: O Ouro do Reno – O Anel do Nibelungo

Primeira cena

A ópera começa nas profundezas do Rio Reno, onde as filhas do Reno, Woglinde, Wellgunde e Flosshilde, guardam um tesouro de ouro com propriedades mágicas.

Enquanto elas protegem o tesouro, cantam e dançam alegremente – celebrando inocentemente sua própria beleza, sua própria juventude e sua própria feminlidade.

Alberich, um anão nibelungo, emerge de um abismo profundo, testemunha as donzelas cantando e dançando alegremente, se apaixona pela sua beleza e tenta cortejá-las.

Elas começam a brincar com Alberich ao mesmo tempo em que o provocam, humilham e zombam dele, deixando-o furioso.

Um raio de sol repentino penetra nas profundezas do rio, revelando o Ouro do Reno. As donzelas alegram-se com o brilho do ouro, e Alberich pergunta o que é.

As donzelas pensam que não têm nada a temer de um mero anão lascivo e explicam que é o ouro mágico que seu pai as ordenou guardar. Elas também revelam a Alberich que se alguém fizesse um anel com esse ouro mágico e, ao mesmo tempo, renunciasse ao amor, teria o poder de governar o mundo.

Amargurado pela zombaria, Alberich amaldiçoa o amor, agarra o ouro e regressa ao seu abismo, deixando-as gritando de consternação.

Sobre Alberich e a negação do amor

Alberich na minha interpretação é a personificação da frustração masculina diante da desfaçatez feminina. A partir do momento que o amor lhe é negado, a ideia de poder começa a se tornar para ele atraente e, apartir de então, almadiçoando todo o amor, ele se vilaniza e se torna rancoroso contra tudo que é belo e justo.

Sobre o Rio Reno

É interessante notar como o Rio Reno está associado nos mitos germânicos ao poder quanto a prosperidade. O Rio Reno é um importante rio da Europa Central e Ocidental. Ele nasce nos Alpes suíços e percorre cerca de 1.230 quilômetros, passando por seis países: Suíça, Liechtenstein, Áustria, Alemanha, França e Países Baixos. O Reno desempenha um papel significativo na geografia e na história dessas regiões, sendo uma importante rota de comércio e transporte ao longo dos séculos.

Segunda cena

A segunda cena se desenrola nos reinos dos deuses, onde somos apresentados a Wotan, o governante dos deuses, que está dormindo. Sua esposa, Fricka, o acorda para lembrá-lo da promessa feita aos gigantes Fasolt e Fafner, que construíram sua fortaleza, o Valhala. Como pagamento, Wotan prometeu entregar aos gigantes a irmã de Fricka, Freia, deusa da juventude e da beleza.

Fricka fica preocupada com a segurança de sua irmã, mas Wotan confia que Loge, o astuto deus do fogo, encontrará uma alternativa de pagamento. Freia entra em pânico e é perseguida por Fasolt e Fafner. Fasolt exige que Freia seja entregue, destacando que a autoridade de Wotan é respaldada pelos tratados gravados em sua lança, incluindo o contrato com os gigantes.

Donner, o deus do trovão, e Froh, o deus do sol, chegam para defender Freia, mas Wotan não pode permitir o uso da força para quebrar o acordo. Na expectativa de que Loge traga o pagamento alternativo prometido, Wotan tenta protelar. Quando Loge chega, seu relato inicial é desanimador: nada é mais valioso para os homens do que o amor, e parece não haver alternativa de pagamento além de Freia.

Loge conseguiu encontrar apenas um caso em que alguém desistiu voluntariamente do amor por outra coisa: Alberich, o Nibelungo, que renunciou ao amor, roubou o ouro do Reno e fez dele um poderoso anel mágico. Inicia-se uma discussão sobre o anel e seus poderes, com todos encontrando boas razões para desejá-lo.

Fafner faz então uma contraproposta: os gigantes aceitarão o tesouro do Nibelungo como pagamento, em vez de Freia. Quando Wotan tenta pechinchar, os gigantes partem, levando Freia como refém e ameaçando mantê-la para sempre, a menos que os deuses resgatem-na até o final do dia, entregando-lhes o ouro do Nibelungo.

Sem Freia, os deuses também perdem as maçãs douradas, que os mantêm eternamente jovens. Para resgatar Freia, Wotan decide viajar com Loge até o reino subterrâneo de Alberich para obter o ouro.

Terceira cena

A terceira cena ocorre no Reino dos Nibelungos. Alberich escravizou o restante dos anões com o poder do anel e forçou seu irmão, Mime, um ferreiro habilidoso, a criar um capacete mágico chamado Tarnhelm.

O Tarnhelm tem o poder de conceder invisibilidade a quem o utiliza, além de transformar o usuário em qualquer forma que desejar.

Alberich demonstra o poder do Tarnhelm tornando-se invisível, para atormentar ainda mais seus súditos.

Wotan e Loge chegam e encontram Mime, que lhes relata sobre a miséria dos anões sob o governo de Alberich. Alberich retorna, obrigando seus escravos a acumular uma enorme quantidade de ouro. Ele se vangloria aos visitantes, Wotan e Loge, de seus planos de conquistar o mundo usando o poder do anel.

Loge pergunta como Alberich pode se proteger de um ladrão enquanto dorme. Alberich responde que o Tarnhelm irá escondê-lo, permitindo que fique invisível ou mude de forma. Loge manifesta dúvidas e solicita uma demonstração. Alberich obedece, transformando-se em uma cobra gigante; Loge fica impressionado e pergunta se Alberich também pode reduzir seu tamanho, o que seria muito útil para se esconder. Alberich se transforma em sapo. Wotan e Loge o agarram, amarram suas mãos e o arrastam para a superfície.

Quarta cena

De volta ao topo da montanha, Wotan e Loge forçam Alberich a trocar sua riqueza por sua liberdade. Alberich convoca os Nibelungos, que trazem o tesouro que ele roubara do Reno. Ele então pede a devolução do Tarnhelm, mas Loge diz que o objeto também faz parte de seu resgate. Alberich ainda espera poder ficar com o anel, mas Wotan exige também, e quando Alberich se recusa, Wotan o arranca da mão de Alberich e o coloca em seu próprio dedo.

Arrasado pela perda, Alberich lança uma maldição sobre o anel: até que ele retorne a ele. O anel inspirará ciúme naqueles que o possuem e inveja naqueles que não o possuem.

Os deuses ignoram essa maldição e então se reúnem novamente. Os gigantes Fasolt e Fafner voltam com Freia, conforme combinado. Fasolt, relutante em libertá-la, insiste que o ouro seja empilhado o suficiente para escondê-la de vista. Wotan é então forçado a abandonar Tarnhelm para ajudar a cobrir Freia completamente.

Porém, Fasolt vê uma rachadura remanescente no ouro, através da qual um dos olhos de Freia pode ser visto. Loge diz que não há mais ouro, mas Fafner, que notou o anel no dedo de Wotan, exige que Wotan o adicione à pilha, para bloquear a rachadura. Wotan declara com raiva que pretende ficar com o anel para si. Enquanto os gigantes capturam Freia e começam a partir, Erda, a deusa da terra, aparece e avisa Wotan sobre a destruição iminente, instando-o a desistir do anel amaldiçoado. Perturbado, Wotan chama os gigantes de volta e entrega-lhes o anel.

Os gigantes libertam Freia e começam a dividir o tesouro, mas brigam pelo anel. Fafner espanca Fasolt até a morte. Wotan, horrorizado, percebe que a maldição de Alberich tem um poder terrível.

Donner, o deus do trovão, convoca uma tempestade para limpar o ar, após a qual Froh, deus do sol, cria uma ponte de arco-íris que se estende até o portão do Valhala. Wotan conduz os deuses, exceto Loge, através da ponte até o Valhala.

Enquanto isso, no Rio Reno, as Donzelas lamentam a perda de seu ouro e condenam os deuses como falsos e covardes.

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O podcast é apresentado por Gabriel Vince. Já foi estudante de filosofia, história, programação e jornalismo. Católico, latino e fã de Iron Maiden. Não dá pra ser mais aleatório que isso.

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