“Transit” é o álbum de estreia de Yasuha Ebina, conhecida profissionalmente como Yasuha.

Assim como o próprio gênero do City Pop e suas representantes femininas mais populares (e Yasuha chegou a ser um fenômeno midiático no Japão), o disco foi como uma estrela cadente, causando uma impressão muito forte e se dissipando logo em seguida, no tempo adequado de uma sociedade que se transformava em um ritmo acelerado e se renovava curiosa e ansiosa para absorver e recriar do seu próprio jeito alguma nova moda criada no ocidente.

Os discos nessa época, especialmente deste estilo, precisavam contar com a sorte de se ancorarem em ao menos um hit para se eternizarem na memória e serem resgatados em um exercício de retrospectiva futuro. A faixa que cumpre esse papel nesse disco é “Flyday Chinatown” – uma música que, na minha opinião, é tão magnética quanto “Stay With Me” de Miki Matsubara.

Ancorado por essa música, quase quarenta anos depois do seu aparecimento, eu pode notar o quão bom são músicas ao redor  dela e ficar estupefado que “Flyday Chinatown”, apesar de ótima, é uma das piores do disco.

Transit talvez seja o melhor álbum de City Pop que eu já ouvi até o presente momento.

Não há uma única música neste disco que não seja no mínimo muito boa. Todas as músicas são tão bem compostas em termos de arranjos, instrumental e variação de estilos que você fica genuinamente impressionado de nunca ter falado nele.

O disco varia entre Rock, Afro-Jazz, Bossa-Nova, Funk, New Wave e Pop de uma forma tão coesa e original que eu, sem brincadeira, coloco no mesmo patamar que discos como Off the Wall do Michael Jackson.

Sem falar na produção, que é impressionantemente cristalina, fazendo tanto a voz de Yasuha quanto cada instrumento tocado soarem extremamente nítidos.

 

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