Antes de tudo, você provavelmente ainda não ouviu falar do Blurred City Lights, e eu também não conhecia até pouco tempo atrás. Decidi dar uma chance à banda apenas por causa da belíssima capa do disco e do nome evocativo, que apareceu aleatoriamente no meu Facebook.
Assisti a alguns shows e clipes e fiquei encantado com a vocalista, o que me levou a buscar mais informações sobre eles.
Depois de uma breve pesquisa, descobri que se trata de um duo de Shoegaze e Dreampop de Nagoya, formado pela baixista, tecladista e vocalista Kamiya e pelo guitarrista Megumi.
Eles têm um baterista que, pelo menos no site oficial, não é creditado, embora esteja presente nas fotos de ensaio e nos shows ao vivo que vi.
O duo possui um site minimalista, com um design que reflete a sonoridade da banda.
Embora a voz hipnótica de Kamiya tenha sido o que me atraiu musicalmente para o Blurred City Lights, o projeto parece girar em torno de Megumi.
Megumi é o principal compositor do duo e também é responsável pela gravação e masterização do material. Ele é o responsável pelo aspecto Shoegaze da banda, combinando distorção e reverb para criar uma camada de “perturbação texturizada” e peso (o que acontece principalmente na faixa suisei), em contraste com os vocais angelicais, delicados e etéreos de Kamiya.
A produção do disco é bastante competente, e nem Megumi nem Kamiya se anulam ou se sobressaem um ao outro.
O álbum tenshi no iinai machide (algo como “posição do anjo na cidade”) é o primeiro da banda, embora desde 2023 tenham lançado vários singles, cada um com uma capa mais bonita que a outra.
Infelizmente, não sou fluente em japonês e não consegui encontrar as letras das músicas. Portanto, não posso afirmar com certeza qual é o conteúdo lírico das faixas, embora pareça seguir a austeridade melancólica típica do dreampop e de artistas como Lily Chou-Chou, embora não tão sombrio quanto este.
Alguns trechos são em inglês, e eu notei frases como “I will cry” e “I will fly” em alguns momentos, mas não me lembro exatamente em qual faixa. Aliás, esse tipo de disco parece exigir uma escuta mais contemplativa: deitado, com as mãos no peito, olhando para o teto ou apoiado na janela, com um olhar perdido para o nada.
Enfim, tenshi no iinai machide foi uma experiência bastante satisfatória para mim, e espero que a banda lance outros álbuns no futuro.