A segunda temporada de Arquivo X começou a ser exibida nos Estados Unidos em setembro 1994 e terminou em meados de maio de 1995, com 25 episódios.
Assim como a primeira temporada, a segunda foi amplamente elogiada pela crítica, recebendo várias indicações ao Emmy Awards.
Uma das características mais notáveis desta segunda e o que a diferencia um pouco da primeira é que esta é muito mais sombria, se aproximando mais da linguagem do cinema de horror do que da ficção-científica.
O primeiro episódio (Little Green Man) é o único que ainda carrega s feições da primeira temporada: a mistura irreverente de cinema noir com ficção-científica dos anos 50.
É no segundo episódio (The Host) que a segunda temporada vai começar a apresentar suas diferenças mais notáveis em relação a temporada anterior.
Neste episódio somos apresentados a uma criatura grotesca com uma aparência que lembra uma grande larva ou verme, com um corpo longo e esguio, uma pele branca e translúcida e uma boca cheia de dentes afiados. Ela vive em sistemas de esgoto e se alimenta de seres humanos que atravessam seu caminho.
Nenhuma criatura da temporada anterior se assemelha a isso.
Este episódio foi especialmente impactante na audiência por sinalizar que a temporada adotaria uma abordagem mais macabra.
Ao longo de vários episódios, vemos que a série flerta várias vezes com o “body-horror” e o “gore”, com muitas cenas de mutilação, deformação física e desmembramentos – chegando até mesmo mostrar em detalhes a autópsia de um elefante (no episódio 18, Fearful Symmetry).
Além do horror gráfico explícito, a segunda temporada está repleta de episódios com perturbadoras tramas de horror psicológico. A mais impressionante de todas sem dúvida é “Irresistible” (episódio 13), que apresenta um personagem que pratica necrofilia e mutilação em cadáveres femininos.
No entanto, dentro de todos os epísodios, o que mais se destaca é Duane Barry (episódio 5).
Neste episódio, Mulder se envolve em uma situação de reféns com um paciente psiquiátrico fugitivo, chamado Duane Barry, que afirma estar aterrorizado com frequentes abduções alienígenas.
Existe uma carpintaria muito bem feita do roteiro em trabalhar a ambiguidade que percorre toda a série: nunca sabemos o que é paranóia e o que é verdade.
Arquivo X trabalha a verdade como algo que percorre por entre as “informações oficiais do governo” e as “teorias conspiratórias”.
Enfim. A segunda temporada de Arquivo X consegue ser ainda melhor que a primeira.