Arquivo X é uma série de ficção científica criada por Chris Carter que foi exibida na Fox entre 1993 e 2002, durante nove anos. Além da série, dois filmes integram o universo da franquia: The X-Files – Fight for the Future, lançado em 1998 e The X-Files – I Want to Believe, lançado em 2008. No Brasil, foi exibido pela Rede Record e pela Fox Brasil.

Na série, os agentes especiais do FBI, Fox Mulder (interpretado por David Duchovny) e Dana Scully (interpretada por Gillian Anderson), investigam os “Arquivos-X”: casos não solucionados envolvendo fenômenos paranormais. Mulder acredita na existência de extraterrestres e em paranormalidade, enquanto Scully, uma médica cética (embora católica), é designada para fazer análises científicas das descobertas de Mulder e propor alternativas racionais ao seu trabalho.

No começo da série, ambos os agentes tornam-se alvo de uma trama conspiratória e passam a confiar apenas um no outro e em outras poucas pessoas. Eles também descobrem os planos do governo de manter a existência de vida extraterrestre um segredo.

A série foi inspirada por outras séries de TV que também tiveram elementos de suspense e ficção científica, como The Twilight Zone, Twin Peaks e especialmente Kolchak: The Night Stalker. Arquivo X foi um sucesso para a Fox e recebeu críticas amplamente positivas, pelo menos no começo. Inicialmente considerada uma série com uma legião específica de fãs, tornou-se parte da cultura popular que indagou temas como descrença a governos, teorias da conspiração e espiritualidade.

Tanto a série em si quanto seus atores principais receberam múltiplas nomeações e prêmios. À época de sua conclusão, foi a série mais longa de ficção científica da história da TV norte-americana, vindo a perder este posto posteriormente para Stargate SG-1.

A Primeira Temporada

A primeira temporada de Arquivo X combina o gênero noir com ficção-científica cinquentista reciclada. Seus efeitos visuais são modestos, mas envelheceram com dignidade. O grande trunfo aqui é seu compasso dramático bem conduzido e sua atmosfera que oscila entre ficção-científica, horror e política.

O sucesso da série é, antes de tudo, trunfo da condução dos personagens principais e suas micro-relações em cada caso que analisam. O contraponto entre Fox Mulder e Dana Scully não cria atritos, mas são polaridades complementares. Assim como suas questões pessoais são contraditórias, complementares e polares entre si. Fox Mulder é ateu (ou agnóstico) e, ao mesmo tempo, crédulo. Dana Scully é cética ao mesmo tempo que é convictamente católica.

Embora saibamos que entre ambos irá surgir algum romance nas temporadas posteriores, a primeira temporada não cai de cabeça nesse clichê, o que é muito positivo.

Por ser uma série do tipo “o monstro da semana”, sua tendência é ser mais irregular. Nem todos os episódios são igualmente bons, destacam-se o episódio piloto, o episódio 3 (Assassino Imortal, ou Squeeze),  o episódio 8 (Terror no Gelo, ou Ice), o episódio 13 (O Vidente, ou Beyond the Sea) e o último e eletrizante episódio 24 (Jogo de Gato e Rato, ou The Erlenmeyer Flask).

Arquivo X é uma instituição inegável da cultura pop e sua nota não poderia ser menor.

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