Kite, também conhecido como A Kite, é uma animação escrita e dirigida por Yasuomi Umetsu.
O filme gira em torno de uma estudante chamada Sawa, que fica órfã na adolescência.
Seus pais são vítimas de um assassinato sangrento, e Sawa se torna uma assassina a serviço de dois detetives corruptos, Akai e Kanie, que também se tornam seus tutores.
Esses detetives são responsáveis pela morte dos seus pais, mas escondem dela este crime para conseguir manipulá-la e transformar seu trauma em uma arma.
Um deles, Akai, até mesmo utiliza-se dessa manipulação para poder abusar sexualmente de Sawa.
Ela começa tirando a vida de criminosos, mas suas missões, ao longo dos anos, vão se estendendo para outras figuras, como outros policiais, testemunhas, empresários, políticos e qualquer um que negocie o sangue de outro com seus tutores, transformando-a numa assassina de aluguel.
Eventualmente, Sawa conhece um colega assassino chamado Oburi, que tem idade semelhante, e um vínculo rapidamente se forma entre eles.
Devido ao relacionamento deles, Sawa lentamente ganha força emocional para escapar de seus guardiões e se desvincular dos seus tutores.
Oburi está deixando o serviço de Akai e Kanie após tirar a vida de mais três alvos, mas Akai ordena que Sawa mate Oburi em vez de deixá-lo ir.
Percebendo que Sawa o capturou, Oburi diz a ela que Akai e Kanie foram os responsáveis pela morte dos seus pais, mas, surpreendentemente, Sawa revela que já sabia disso há anos.
Sawa e Oburi então elaboram um plano conjunto para se desvencilharem de Akai e Kanie.
O filme possui inúmeras reviravoltas e surpresas que, se contadas, estragariam a experiência.
Se tem uma palavra para definir esse filme é: apelativo.
Kite é controverso em sua representação de violência sangrenta extrema e conteúdo sexual, incluindo cenas gráficas de estupro envolvendo uma Sawa muito jovem.
Helen McCarthy em 500 Essential Anime Movies chamou o anime de uma “história chocante de violência, abuso e autojustificação pervertida”
Tudo no filme parece ser feito para chocar a audiência com cenas alternadas de violência extrema e estupro, beirando a gratuidade e o mau gosto.
Eu particularmente não sou do tipo que se escandaliza com esse tipo de proposta. O mau gosto pra mim não é oriundo do sexo ou da violência, mas apenas pela impressão de que a trama em volta dessas cenas servem apenas como uma desculpa para que elas ocorram. Temos aqui cenas artificialmente pornográficas com uma intenção clara de excitar o espectador – mas nem isso elas conseguem fazer. Seja pelas expressões vazias dos personagens principais (que parecem mais robôs do que humanos), seja pelo desenvolvimento débil dos mesmos, as cenas supostamente mais grotescas e chocantes me causaram indiferença. Não consegui me impressionar com a violência, muito menos sentir uma excitação ambígua com as cenas de sexo explícito.
Contudo, em defesa do filme, posso dizer que Yasuomi Umetsu confere à obra uma razoável dose de estilo e uma excelente mise-en-scène nas cenas de ação, que são o ponto forte de Kite. Cenas que apresentam um interessante efeito dominó de violência, começando em um local e terminando em outro completamente inesperado.
Outro ponto positivo do filme é a trilha sonora, totalmente baseada em Jazz.