Esse filme popularizou no terror o estilo found footage, uma técnica consagrada pelo controverso Cannibal Holocaust (1980) e que havia ficado adormecida desde The McPherson Tape (1989).

Ele explora, pela primeira vez com um massivo sucesso, um estilo cinematográfico extreamente experimental, em que um filme é apresentado como se fosse uma compilação de gravações reais, geralmente feitas por personagens dentro do próprio filme.

Essas gravações são encontradas após um evento ou incidente ocorrer, dando a sensação de autenticidade ao filme e quebrando a fronteira entre ficção e realidade, dentro da própria ficção.

Atualmente, quando se fala sobre “The Blair Witch Project”, é comum encontrar duas opiniões. Há aqueles que consideram o filme de terror mais inovador e assustador de nossa geração, e há aqueles que afirmam que o filme é um completo engodo do começo ao fim.

No entanto, entre essas duas opiniões, existe a tal “razoabilidade”.

O fato é que o sucesso estrondoso de “The Blair Witch Project” na época foi, em última análise, como um albatroz morto em volta do pescoço para o velho marinheiro, conforme descrito na balada de Samuel Taylor Coleridge.

Após receber críticas positivas e ser bem recebido pelo público, superestimando seu valor, os fóruns da internet começaram gradualmente a se encher de revisões críticas que rotulavam o filme de simplório e superestimado, reduzindo seu impacto ao mero marketing.

A verdade é que o filme não trouxe nenhuma inovação e não é o filme mais assustador de todos os tempos, mas também não é o engodo total que afirmam.

Ele se manteve relevante durante toda a sua exibição e as salas de cinema ficavam cada vez mais cheias.

Ele provou que, sim, o grande público estava completamente receptivo a experimentações mais ousadas que aquelas que a indústria delineou.

O found footage não era uma novidade na história do cinema, mas era algo novo para o grande público e se tornou uma tendência da indústria após o lançamento desse filme.

Não vou comentar se ele é ou não assustador, pois isso é uma questão subjetiva (para mim, foi efetivo), mas a crítica de que ele é simplório não se sustenta.

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