La Mosaïque de la Réverie, ou 螺鈿幻想 (Lalique Fantasia), é o primeiro álbum da banda Pageant (ページェント), uma banda obscura de rock progressivo que esteve ativa entre 1981 e 1989.
A influência do Genesis é uma das características mais evidentes e frequentemente comentadas sobre o Pageant, e este álbum de estreia não é exceção. Ele apresenta arranjos de teclado belíssimos, uma melodia vocal hipnotizante e uma presença marcante de instrumentos de sopro e guitarra – que são tipicos do Genesis.
Além disso, consigo identificar influências de Rick Wakeman, Babe Ruth, Jefferson Airplane e Camel – todas bandas que considero maravilhosas.
Como é comum no rock progressivo dos anos 70, La Mosaïque de la Réverie é um disco conceitual com uma narrativa abstrata e aparentemente inconclusiva (essa é uma maneira sofisticada que inventei pra dizer que não entendi a história).
As letras parecem girar em torno de um mundo de memórias bucólicas, onde um narrador é guiado por um mosaico de sonhos e experiências entrelaçadas. A primeira faixa é uma canção de ninar, sugerindo que os acontecimentos se desenrolam no mundo dos sonhos. Isso é o máximo que consigo explicar sobre as letras.
De qualquer forma, desde a capa até as músicas, tudo evoca a mística de um conto de fadas europeu: são descritas cores brilhantes, paisagens vívidas, personagens míticos, florestas sombrias e passagens enigmáticas. Um clima etéreo e exuberante permeia os sete contos. A sensibilidade nitidamente japonesa nas composições adiciona um elemento fantástico e hipnagógico de tranquilidade.
Ao contrário dos álbuns superproduzidos do mesmo período, La Mosaïque de la Réverie mantém um som e uma estética claramente diluída nos anos 70.
A voz pura e angelical de Hiroko Nagai se destaca ao longo do disco, com uma qualidade que lembra Peter Gabriel, David Byrne e Grace Slick. As sessões instrumentais são elaboradas, mas não exibicionistas; há uma obediência à estrutura e à narrativa da história – seja lá qual for ela.
Em resumo, o álbum é impecável – realmente impecável para mim. Talvez o melhor que eu ouvi em anos.