Baseado em uma história real, na cidade de Nova York, Brandon Shaw (John Dall) e Phillip Morgan (Farley Granger) assassinam seu amigo David Kentley (Dick Hogan), por considerarem-se superiormente intelectuais em relação a ele.
Com toda a frieza e arrogância, resolvem provar para eles mesmos sua habilidade e esperteza: esconderão o cadáver em um grande baú, que servirá como mesa e estará exposto no meio da sala de estar durante uma festa que realizarão logo em seguida.
A história do filme, baseado em peça homônima de 1929 e escrita por Patrick Hamilton, absorve camadas literárias que vão de Dostoiévski (especialmente “Crime e Castigo”), Arthur Conan Doyle e Agatha Christie.
Com míseros 74 minutos (e não precisa nem mais nem menos que isso), Festim Diabólico (1948) não é um filme, é basicamente uma aula de excelência cinematográfica.
Nenhum movimento de câmera, nenhum close, nenhum plano detalhe e, especialmente, nenhum diálogo é desperdiçado. Não há demonstração barata de técnica ou firula e é experimental na medida certa.
Festim Diabólico é uma mistura de maestria narativa, sarcasmo diabólico e humor satânico embrulhado numa embalagem de crítica chestertoniana ao nietzscheanismo. É, possivelmente, o meu filme favorito do diretor.