Filme dirigido por Hitchcock em 1943.
O filme relata a trajetória da jovem Charlotte “Charlie” Newton (Teresa Wright), à medida que ela desvenda o passado criminoso de seu tio Charlie (Joseph Cotten), o vilão da trama, bastante querido por ela, por seus familiares e pela comunidade na cidade em que vivem.
No início, a sobrinha Charlie idolatra o tio, mas começa a achar estranho seu comportamento quando dois investigadores, que dizem ser entrevistador e fotografo, chegam a casa da família para entrevistar e tirar fotos para uma pesquisa.
Ao decorrer do filme Charlie descobre que seu tio é o assassino de viúvas ricas.
A trama se desenvolve de forma vagarosa, bem ao gosto do diretor.
Hitchock vai aos poucos nos dando pistas sobre o passado sombrio de “tio Charlie” através de pequenos gestos e ações suspeitas, nos dando o gosto de uma co-participação detetivesca junto com as autoridades infiltradas no caso.
Lá pela metade do filme o mistério está inegavelmente resolvido, as máscaras caem (para nós e para a personagem principal) e só nos resta testemunhar um tenso jogo de sobrevivência pontuado por cinismo, fingimento e armadilhas mortais.
Trata-se do filme favorito de Hitchcock. Em uma entrevista de 1964 no Telescope, o apresentador Fletcher Markle fez a seguinte observação: “Sr. Hitchcock, a maioria dos críticos sempre considerou Shadow of a Doubt, que você fez em 1943, como seu melhor filme”. Hitchcock respondeu imediatamente: “Eu também”. Markle então perguntou: “Essa é a sua opinião sobre isso ainda?” Hitchcock respondeu: “Ah, sem dúvida.”
Não concordo com o mestre, pessoalmente acredito que ele tenha feito filmes melhores, mas sem dúvidas trata-se de um filme de suspense bastante competente e muito bem produzido, com destaque especial para a fotografia de Joseph Valentine, que é de primeira linha.
