Frenesi é o penúltimo filme da carreira de Hitchock, considerado um dos seus filmes mais violentos.

Richard Blaney (Jon Finch) é um barman desempregado, que está sendo acusado de ser um assassino em série que estupra e estrangula as vítimas com gravatas, com base em evidências circunstanciais. Um inspetor da polícia tenta resolver o caso, que tem entre as vítimas a ex-mulher do próprio barman.

O filme é um thriller policial que explora o tema da violência sexual com uma perigosa dose de humor negro, típica do diretor. Existe aqui uma cartel imensa de características hithcockianas tradicionais: a despudorada incursão na carnificina visceralmente explícita, os detalhes macabros e o humor incongruente.

O filme também arrisca experimentar um humor pastiche, correndo o risco de soar maldoso, indelicado e ultrajante. Nada disso constrange o mestre do suspense.

Alfred Hithcock é econômico e inteligente ao não sobrecarregar a audiência com um constante grafismo. O filme apesar de ser explícito a maior parte do tempo, também consegue ser sugestivo nos momentos certos, o que enriquece a experiência nos momentos de tensão, sem ser apelativo. Temos, por exemplo, duas cenas de estupro que são filmadas de forma completamente diferente e que são igualmente perturbadoras. Em uma, nós testemunhamos todo o ocorrido. Na outra, apenas imaginamos.

Em suma, um filme que expressa muito bem a fórmula clássica do cinema hithcockiano.

 

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