“Meu Deus, o Uriah Heep está pop demais!”

“Cadê aquele rock progressivo dos primeiros discos?”

“Onde já se viu um disco do Uriah Heep com influências de disco?”

Pois eu faço aqui um protesto solene contra todos os meus contendores imaginários da Prog Archives.

A maior nota desse disco no fórum é três estrelas? Eu dou três e meia.

Amo rock progressivo, mas o fã médio do gênero, definitivamente, não sabe se divertir.

Fallen Angel do Uriah Heep é um disco divertidíssimo — desde que você não espere que uma banda, em seu décimo segundo álbum, se reinvente e lance um novo Demons and Wizards ou Look at Yourself.

Deixa os caras serem comerciais e fazer um disco despojado de AOR, hard rock melódico e glam rock!

Eu gostei! É como uma solução salina diluída de Queen, Journey e Rainbow a partir do Down to Earth. Pop demais para os fãs de progressivo, pesado demais para o grande público.

Boa parte do disco é cheia de músicas agitadas, enérgicas e despretensiosas: Woman of NightFalling in LoveOne More Night e Save It são as que me vêm à cabeça.

São músicas curtíssimas: easy listening, fast listening.

Mas o que me pegou de verdade foi Come Back to Me. Essa é daquelas baladas de acender isqueiro. Além de ser uma das melhores performances do vocalista John Lawton, é uma das poucas do disco que não foram escritas inteiramente por Ken Hensley (tecladista), mas pelo baterista Lee Kerslake, que estava enfrentando uma separação.

Numa época em que homens sofriam rejeição sem recorrer a autoajuda redpill, Come Back to Me é o último apelo de um cara angustiado e de coração partido para reconquistar a amada. Não deu certo, mas essa música lindíssima é tão brega quanto necessária. Não sobra nada pro betinha, a não ser entrar para uma banda.

O que mais tem pra dizer? Ah, sim: o baixo do Trevor Bolder nesse disco está cremoso demais.

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