Painkiller foi o primeiro disco do Judas Priest que ouvi. Por muito tempo, foi meu álbum favorito e, para ser sincero, o único da banda que eu revisitava com frequência. Ainda hoje é um dos que mais gosto, mas sua posição no trono do meu favoritismo foi revogada há muito tempo. Agora, esse lugar alterna-se entre outros discos, como Defenders of the Faith, de 1984.

A produção de Painkiller, feita por Chris Tsangarides, embora tenha me impressionado bastante na época, foi me cansando com o tempo. Tudo soava grandioso, agudo e, na minha opinião, um tanto artificial.

Antes disso, havia Tom Allom — um produtor que trabalhou com bandas como Def Leppard e Krokus. Ele começou sua colaboração com o Judas Priest em British Steel (1980) e permaneceu até Ram It Down (1988). Allom era um sujeito muito bom na minha opnião, mas foi injustamente criticado, assim como a banda, após o lançamento de Turbo – disco que eu vou defender enquanto ainda for capaz de fazer o chifrinho com a mão.

Não sei se é por nostalgia, mas hoje, prefiro a produção mais modesta e até mais comercial daquela época, em que a banda precisava se destacar sem muitos efeitos, apostando em riffs memoráveis, solos impactantes, interlúdios melódicos e refrãos grudentos (que, pra mim, é uma coisa boa).

O grande trunfo do Judas Priest nesse período era ser uma banda de Speed Metal que ainda mantinha a cadência e os tropos do Hard Rock. Uma espécie de Def Leppard com uma dose extra de testosterona.

Como eles conseguiam resolver essa aparente contradição de misturar riffs rápidos e intervalados com uma proposta mais compassada? Simplesmente sendo o Judas Priest.

Para qualquer lado que eles apontem nesse disco, acertam em cheio, o que torna difícil escolher uma música favorita. Meu lado metaleiro quer optar por Freewheel BurningJawbreaker e The Sentinel. Já meu lado Hard Rock fica dividido entre Rock Hard Ride FreeSome Heads Are Gonna Roll ou a bela semi-balada Night Comes Down. E, claro, meu lado gay não hesita em escolher Eat Me Alive.

No final, acabo escolhendo o disco por inteiro.

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