“Prometheus” é um filme britânico-americano de ficção científica, do tipo biopunk, lançado em 2012. Dirigido por Ridley Scott, este é o quinto filme da icônica franquia “Alien” e mistura mistério, exploração e terror em um cenário futurista. O enredo se passa no final do século XXI e segue a tripulação da nave espacial Prometheus, que embarca em uma missão para descobrir as origens da humanidade. Eles são guiados por mapas estelares encontrados em antigas culturas terrestres, que parecem apontar para os misteriosos “Engenheiros”, uma civilização avançada que pode ter criado a humanidade.
A jornada da Prometheus leva a tripulação a uma lua distante, LV-223, onde eles encontram uma estrutura alienígena impressionante. No entanto, o que começa como uma busca empolgante logo se transforma em um pesadelo. Dentro da estrutura, eles descobrem ampolas contendo um líquido negro e o cadáver de um gigantesco alienígena humanoide. A exploração se torna ainda mais perigosa quando o andróide David, interpretado por Michael Fassbender, rouba uma das ampolas e a usa para infectar um dos membros da tripulação, resultando em uma série de eventos catastróficos.
O líquido negro desencadeia mutações horríveis e mortes violentas, incluindo o ataque de uma criatura semelhante a uma cobra que mata um dos exploradores. A situação se agrava quando um membro da tripulação, infectado e mutado, começa a atacar os outros. A trama se complica com a revelação de que o verdadeiro objetivo dos Engenheiros pode ser a destruição da vida humana, e não a sua criação, como inicialmente pensado.
Enquanto isso, a tripulação enfrenta a ameaça de um Engenheiro sobrevivente, que, após ser despertado, revela suas intenções hostis ao matar Weyland, o CEO da corporação que financiou a expedição. Para evitar a catástrofe iminente, Janek, o capitão da Prometheus, decide sacrificar a nave para destruir a nave alienígena que se preparava para liberar o líquido negro na Terra. O sacrifício é bem-sucedido, mas também resulta na morte de vários membros da tripulação, incluindo Vickers, que acaba sendo esmagada pelos destroços.
A sobrevivente Elizabeth Shaw, após escapar, encontra um bote salva-vidas e descobre que a prole alienígena removida de seu corpo ainda está viva. Ela também descobre que o Engenheiro sobreviveu ao ataque e, após uma luta feroz, é finalmente morto pela criatura alienígena que surgiu de seu próprio peito. Com a ajuda do andróide David, Shaw consegue localizar uma nova nave dos Engenheiros, com a intenção de viajar até seu planeta natal para descobrir o verdadeiro motivo por trás da criação e possível destruição da humanidade.
“Prometheus” foi precedido por um longo processo de desenvolvimento, iniciado no início dos anos 2000. Originalmente planejado como um prequel do filme “Alien: O Oitavo Passageiro”, o projeto foi reescrito por Damon Lindelof, resultando em uma história independente, mas ainda inserida no mesmo universo. O filme foi notável por seu uso extensivo de tecnologia 3D e por sua campanha de marketing inovadora, que incluiu curtas-metragens virais para expandir o universo ficcional. A produção envolveu filmagens em locações na Inglaterra, Islândia, Espanha e Escócia, com um orçamento estimado de 120 a 130 milhões de dólares.
“Prometheus” explora temas profundos sobre a origem da vida e os perigos de se brincar com forças que não se compreende totalmente, lançando luz sobre o lado mais sombrio da busca por conhecimento e poder.
Apesar de se basear na especulação pseudo-teológica e pseudocientífica de “Eram os Deuses Astronautas”, eu considero “Prometheus” o melhor filme da franquia desde “Aliens” de 1986. Fico surpreso com o número de críticas negativas que o filme recebe. É verdade que há alguns furos de roteiro e a história não é tão conclusiva quanto prometido (ou “Prometheus”, e não “Cumpriuhs” – peço desculpas pela piada), mas não consigo desconsiderar um filme que é tão interessante visualmente quanto é tematicamente.
Pesei os prós e contras e o saldo final foi bastante positivo. “Prometheus” transformou a franquia de sci-fi mais techno-gothic da história em uma space-opera biopunk astrológica e sombria, com a principal motivação centrada na tentativa de responder à pergunta que está presente em quase todas as religiões da nossa história: de onde viemos?
Vejo nesse filme uma mistura de Lovecraft e Arthur C. Clarke. O filme está repleto de simbolismos, não apenas o mais óbvio, que remete ao mito grego de Prometeu, que roubou o fogo dos deuses para dar aos mortais, recebendo um castigo terrível por isso. Existem muitos outros simbolismos ocultos e interessantes que poderiam ser explorados.
Achei interessante a ideia de que nossos engenheiros-criadores são feitos à nossa imagem e semelhança, assim como o paralelo que o filme faz ao mostrar que, dentro dessa mitologia, não somos tão diferentes dos androides que criamos – todos somos produtos manufaturados. Isso resgata um pouco daquela discussão sobre identidade levantada pelos replicantes de “Blade Runner”. Aliás, saiu um rumor sobre um possível projeto futuro de Ridley Scott que conectaria “Blade Runner” e “Alien”, fazendo-os compartilhar o mesmo universo. A ideia me parece interessante.
Outro simbolismo notável é o castigo do peito rompido, que pode ser visto como um paralelo à águia que devora o fígado de Prometeu na rocha do Cáucaso. A fixação pelo céu e a busca do homem por superar a morte também são temas presentes. A “rima evangélica” do homem que segue uma estrela para encontrar seu criador é outro ponto de interesse. Seria interessante investigar por que o Cristianismo parece ser a única religião sobrevivente neste universo distópico e a constante referência à religiosidade da personagem principal, a única sobrevivente do filme.
Para mim, há boas ideias demais em “Prometheus” para não considerá-lo um dos meus filmes preferidos, mesmo com suas falhas.