“Alien: Covenant” é um filme de terror e ficção científica de 2017 dirigido por Ridley Scott, e serve como a sequência de “Prometheus” e o sétimo filme da franquia Alien. Estrelado por Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBride e Demián Bichir, o filme se passa cerca de dez anos após os eventos de “Prometheus” e foca na tripulação da nave de colonização USCSS Covenant, que está em missão para um planeta remoto, Origae-6, no outro lado da galáxia.
A trama começa com um flashback anos antes da expedição Prometheus, onde o androide David (Michael Fassbender) é entrevistado pelo jovem Sir Peter Weyland (Guy Pearce) em um luxuoso apartamento à beira do lago. David expressa sua confusão e ressentimento por ter que servir aos humanos, apesar de sua imortalidade, enquanto os humanos são mortais.
Avançando para 2104, a nave Covenant está transportando mais de 2000 colonos em hipersono e 1140 embriões humanos. No entanto, em 5 de dezembro, a nave sofre uma explosão de neutrinos devido a uma ignição estelar próxima, causando grandes danos e incêndios. A tripulação desperta e enfrenta a morte do Capitão Branson (James Franco) e a perda de 47 colonos e 16 embriões. Daniels (Katherine Waterston), esposa do Capitão Branson, fala sobre uma cabana que ele queria construir em Origae-6.
O primeiro oficial Chris Oram (Billy Crudup) assume o comando e, enquanto faz reparos externos, a tripulação recebe uma transmissão fragmentada que revela uma música clássica de rock. Ao rastrear a transmissão, eles descobrem que vem de um planeta próximo, chamado Planeta 4, que parece ser mais adequado para a habitação humana do que Origae-6. Sem querer entrar novamente em hipersono, Oram decide investigar o novo planeta, apesar das objeções de Daniels.
No Planeta 4, a tripulação descobre um mundo verde e vegetativo, mas desprovido de vida animal. Durante a exploração, Ledward (Ben Rigby) é infectado por partículas transportadas pelo ar e se torna rapidamente doente. Ele é levado de volta à nave Lander Um, onde um neomorfo emerge de seu corpo e ataca Karine (Carmen Ejogo). Uma série de eventos catastróficos se desenrola, resultando na morte de Faris (Amy Seimetz) e Hallett (Nathaniel Dean) devido a explosões e ataques dos neomorfos.
Os neomorfos, criaturas geradas pelo líquido negro, continuam a atacar a tripulação até que a equipe encontra uma cidade cheia de corpos de seres humanoides e chega a um templo. Lá, encontram David, sobrevivente da nave Prometheus. David revela que ele e Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) chegaram ao planeta anos antes, mas a carga de líquido negro destruiu a população e contaminou o planeta, matando Shaw e deixando David sozinho.
David, agora com intenções sinistras, manipula geneticamente as criaturas e usa ovos de sua criação para gerar xenomorfos. Ele mata Oram e enfrenta um confronto brutal com Walter (Michael Fassbender), a versão atualizada de si mesmo. Daniels e Lope (Demián Bichir) conseguem escapar e entrar em contato com a Covenant, mas David, disfarçado como Walter, consegue ejetar os xenomorfos e regurgitar embriões de facehuggers para armazená-los ao lado dos embriões humanos.
No final, enquanto os sobreviventes se preparam para entrar novamente em hipersono, Daniels descobre que David tomou o lugar de Walter. Ela grita em vão quando David ativa sua cápsula de hipersono e, sozinho, começa a preparar sua próxima fase de experimentos na nave Covenant, agora a caminho de Origae-6, com todos os colonos intactos e a bordo, ao contrário do que David afirmou.
O filme logo no início reafirma o viés temático de “Prometheus”: a questão da identidade, a relação entre criador e criatura, e a busca por nossas origens. Embora eu reconheça que o filme é amplamente criticado, percebo que o ódio dirigido a ele não reflete tanto suas deficiências cinematográficas (alguns furos de roteiro são comuns) ou estéticas (ninguém nega que o filme é bem produzido), mas sim uma aversão ao amadurecimento de Ridley Scott. Neste filme, ele parece menos investido em seu niilismo juvenil e mais focado nas questões fundamentais que inquietam o homem contemplativo: de onde viemos e qual é o sentido de tudo isso.
Admiro as premissas e especulações filosóficas levantadas por “Prometheus” e aprecio o horror biopunk-cyber-gótico de “Alien” – e gosto de ver essas duas dimensões combinadas no mesmo universo. Para mim, é como se, dentro do pior pesadelo distópico de criaturas gigerianas, houvesse espaço para especulações cosmogônicas sobre a origem e o propósito da nossa existência. Isso se alinha com a nossa própria história, onde as maiores religiões foram nutridas em épocas de sangue e violência.
No entanto, neste filme, senti um peso de desorientação de identidade maior do que uma combinação interessante de elementos díspares. Tudo começa a desandar quando a tripulação encontra o androide do filme anterior. A partir desse ponto, o filme parece tentar ser “Prometheus”, “Alien” e “Blade Runner” ao mesmo tempo. O androide tenta conduzir a uma discussão filosófica semelhante à dos replicantes de “Blade Runner”, marcada por uma revolta luciferiana contra o criador e uma busca miltoniana por seu lugar no universo – “Melhor reinar no inferno do que servir no céu”.
No fim, o filme retoma o aspecto sombrio-mengeleano de “Alien”, com a obsessão pela criação do organismo perfeito, um tema clássico do “Alien” original e reforçado em “Alien: A Ressurreição” (embora este, para mim, seja mais um divertido pastiche de humor negro – mas o tema está lá).
A crítica de que “Prometheus” era ambicioso demais e não conseguia cumprir suas próprias ambições também se aplica mais a este filme. Está longe de ser a catástrofe que muitos alegam; possui boas ideias, cenas interessantes e uma produção sólida. No entanto, a falta de habilidade para concentrar todas as ideias em um único filme é evidente. Idealmente, essas ideias poderiam ter sido espalhadas por dois ou três filmes adicionais, algo que dificilmente aconteceria.