Hana e Alice é um doraminha adolescente de 2004, dirigido por Shunji Iwai.
O enredo gira em torno de duas amigas, Hana e Alice (não diga!), que estão no último ano do ensino médio. Hana desenvolve uma paixão por um colega de escola chamado Miyamoto que, em um determinado momento no filme, ele bate a cabeça acidentalmente e desmaia. Hana então cria uma situação e faz ele acreditar ter perdido a memória e que ela é sua namorada. Aproveitando-se dessa confusão, Hana começa a se aproximar dele.
No entanto, a história se complica quando Alice, que é mais extrovertida e espirituosa, também começa a se envolver com Miyamoto. Enquanto Hana se esforça para manter a mentira, Alice acaba se aproximando ainda mais do rapaz, despertando ciúmes e inseguranças entre as amigas.
Em suma, basicamente é a história de um triangulo amoroso.
Uma das coisas que mais me chamou atenção no filme é que, apesar de ser um filme romântico de adolescente, não há absolutamente nenhuma cena de beijo ou mesmo uma tensão sexual.
Essa abordagem um pouco mais “casta” realça, pra mim, as problemáticas que normalmente circundam a questões da afetividade e que são engolidas ou deixadas em segundo plano pelo valor excessivo que normalmente damos aos instintos, como a dinâmica problematica entre amizade, ciúmes e paixão.
No começo, eu estava achando meio bobo; a história me parecia inicialmente um tanto inverossímil (mas foi me convencendo ao longo do filme) e me ganhou definitivamente nas cenas finais, com uma belíssima atuação de Anne Suzuki (Hana) em um momento confessional, e a absolutamente encantadora cena do balé no final do filme, protagonizada por Yū Aoi (Alice).
A cinematografia de Shunji Iwai, mesmo diretor de Tudo sobre Lily Chou Chou (que é um filme que mostra um lado muito mais problematico do Japão) é extremamente delicada e etéra – assim como a escolha das trilhas sonoras (muito baseada em peças de piano).
É realmente bom isso aqui.