Do pior ao melhor episódio:

EPISÓDIO 06. Sonhos na casa da bruxa (Dreams in the Witch House)

Simplesmente uma das piores adaptações de Lovecraft que eu já vi na vida. Chamar a diretora do Crepúsculo para criar uma história de H.P. “Fucking” Lovecraft deveria ser crime hediondo.

EPISÓDIO 01. Lote 36 (Lot 36)
★★
Este episódio é baseado num conto do próprio Guillermo del Toro e isso, pra mim, implica em muita coisa. Acho Guillermo del Toro um ótimo “criador de criaturas” e medíocre como contador de histórias. O resultado deste episódio pra mim foi previsívelmente “deltoroniano”: uma criatura MUITO legal numa historinha meia-boca.

EPISÓDIO 02. Ratos de cemitério (Graveyard Rats)
★★★
Uma adaptação do conto de Henry Kuttner. Este episódio tem um aquele aroma pútrido e pestilento de “Tales from the Crypt”, “Creepshow” e “Weird Tales” e, sim, isso é um elogio. Uma homenagem aquelas histórias de terror simples, despretensiosas, nojentas e divertidas.

EPISÓDIO 05. Modelo de Pickman (Pickman’s Model)
★★★
Outra adaptação de Lovecraft. Desta vez, bem melhor. Aqui vemos algumas das marcas mais autênticas de um conto lovecraftiano: pessimismo filosófico, loucura e criaturas aterrorizantes.
Existe algo desta história que se assemelha muito com O Retrato de Dorian Gray de Oscar Wilde e William Wilson de Edgar Allan Poe.

EPISÓDIO 03. A Autópisa (The Autopsy)
★★★★
Baseado num conto de Michael Shea, esse é um dos poucos episódios desta série que exploram em igual medida a ficção-científica e o horror.
Neste episódio é trabalhado um dos subtemas mais populares e aterrorizantes inaugurados por Philip K. Dick: a de invasores de corpos.
Enquanto na década de 50 esse tema metaforizava o perigo da infiltração comunista nas sociedades livres, nas décadas subsequentes esse tema ganhou outros contornos mais aterrorizantes, e que são bem explorados aqui: a obsessão pelo domínio do outro pelo simples prazer sádico do controle.
A criatura não está aqui apenas para sobreviver: ela GOSTA de nos torturar. Ela é mais inteligente e mais cruel que nós – o que a torna, perante a natureza, terrivelmente soberana.

EPISÓDIO 04. Por fora (The Outside)
★★★★
Esse episódio é inspirado num conto de horror de uma quadrinista canadense chamada Emily Carroll. No entanto, as minhas referências mais imediatas me levaram a acreditar que ele também foi inspirado no maravilhoso clássico trash oitentista de Larry Cohen, The Stuff (ou a Coisa) – de 1985.
Adorei a estética assumidamente “weird” e também gostei muito do modo como foram colocadas as discussões subterrâneas sobre auto-aceitação, a mercantilização da auto-estima e o quanto a vaidade obsessiva, motivada pela indústria cosmética, pode transformar pessoas boas em más.

EPISÓDIO 07. A inspeção (The Viewing)
★★★★
É o segundo episódio que trabalha a ficção-científica.
O filme é escrito e dirigido por Panos Cosmatos, o mesmo que fez Mandy – uma das obras mais impressionantes do horror atual em termos visuais.
Panos Cosmatos é, pra mim, o cineasta que, atualmente, melhor trabalha a iluminação e o design de suas obras. Aqui somos conduzidos numa história estranha ancorada numa estética retro-futurista oitentista, reforçada pelo uso de uma trilha sonora hipnótica baseada em sintetizadores.
Os grandes trunfos deste episódio não estão apenas no campo do estilo, mas também numa habilidade fora do comum do diretor para instigar a curiosidade e gerenciar a tensão do espectador numa trama em que a motivação dos personagens não se define e que a história não se desenrola em conclusões.

EPISÓDIO 08. O Murmúrio (The Murmuring)
★★★★★
Baseado numa história de Guilhermo del Toro e, olha só, não é que a história dessa vez é boa?
Aqui vemos Guilhermo del Toro menos focado em criar monstrinhos (o que ele é bom) e mais engajado em criar uma boa história (o que ele é, geralmente, mediocre) que envolve fantasmas e uma madura reflexão sobre relacionamento e superação de traumas.
O Murmúrio é uma clássica história de “casa mal assombrada” onde o sobrenatural funciona tanto como um elemento de horror em si quanto como uma configuração para as descobertas emocionais da personagem principal.

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