Quando o Trivium apareceu na cena metálica em 2003, a reação do público e da crítica foram mistas.
Enquantos os mais empolgados ja aplaudiam a banda como “salvadora do Heavy Metal” ou como o “novo Metallica”, outros já diziam que a banda estava muito longe de cumprir esse papel.
Exageros à parte, o primeiro disco da banda lançado em 2003, Ember to Inferno, dava mais razão aos últimos.
Não que seja um disco ruim. Há alguns bons riffs (embora nenhum muito memorável) e bons solos (idem). O problema é que ele apresenta e desgata a sua própria fórmula aos longo das 12 músicas.
As músicas caminham entre o Metalcore, o Metal Alternativo, o Power Metal e o Thrash Metal Moderno, alternando contrastes entre melodia e brutalidade, oscilando entre algo mais agressivo e algo mais melódico.
Segundo alguns críticos como Alex Henderson (Allmusic), depois de você entende a dinâmica dessa alternância, as músicas se tornam previsíveis.
A banda criou um molde com riffs rápidos, vocais rasgados, partes melódicas cantadas sempre no mesmo tom e os irritantes pedais duplos, que parecem esconder uma falta de criatividade na composição da cozinha.
As letras do disco parecem ser fragmentos de visões do mundo. No entanto, essas visoes não parecem se formatar num discurso claro. Dá para entender que eles expressam um sentimento vago de desconforto.
Matt Heafy (principal letrista) possui uma grande predileção por metáforas, mas não dá pra saber se elas significam algo mais profundo ou só estão sendo usadas como mero recurso estético. O que significa, por exemplo, “se tornar um com o mar é voar com asas quebradas” no contexto da música If I Could Collapse the Masses?
Enfim, é o típico disco que na primeira audição ele se sai bem – já na segunda, pelo menos 50% do seu encanto evapora. Está longe de ser um clássico.