Primeiro, vamos aos fatos: não é tão bom quanto o primeiro filme, nem de longe. Todo o mistério que envolvia o original foi completamente dissipado nesta sequência. Enquanto o primeiro era um pesadelo abstrato e kafkiano, sem explicações claras — o que o tornava mais intrigante, imprevisível e até mesmo artístico —, no segundo filme, o enredo começa a se construir em torno de uma conspiração governamental.
Sim, o hipercubo é um experimento militar da CIA.
Talvez essa abordagem funcionasse melhor em um episódio especial de Arquivo X, mas, com a memória da identidade única do primeiro filme ainda muito viva na minha cabeça, essa sequência me pareceu anticlimática.
A mudança para uma proposta mais expositiva não se limita ao enredo, mas também aos efeitos especiais, que estão significativamente mais datados do que os do primeiro filme. A combinação da computação gráfica rudimentar dos anos 2000, com uma história que mistura conspiração governamental, geometria avançada e física teórica (no filme, a ideia do hipercubo se conecta à teoria do multiverso), e a necessidade de mostrar ao invés de sugerir, transformaram o filme em algo mais esquisito do que realmente assustador.
No entanto, não consigo deixar de gostar desse tipo de filme. Meu gosto peculiar por filmes excêntricos me impede de dar uma nota baixa a Cubo 2. O filme é interessante, o conceito ainda tem potencial e, além disso, ele tem o mérito de não repetir a fórmula do primeiro.
Exagerado, pretensioso, confuso e anticlimático — mas ainda assim, esquisito, do jeito que eu gosto.
Segue abaixo uma das cenas que mais gosto no filme: