Cat`s Eye, I Can`t Stop the Lonliness, Remember Summer Days. Esse disco é igual adultério no Irã, só pedrada.
Jan 21
Cat`s Eye, I Can`t Stop the Lonliness, Remember Summer Days. Esse disco é igual adultério no Irã, só pedrada. ...
Um minutinho pra ouvir ESQUISITÃO do clássica banda de Art Rock mineira CABESRÁDIO.
Jan 21
Um minutinho pra ouvir ESQUISITÃO do clássica banda de Art Rock mineira CABESRÁDIO. ...
Texo novo no Taverna do Lugar Nenhum
https://tavernadolugarnenhum.com.br/tecnologia/games/poilitica-desejos-videogames-e-a-paranoia-de-alfie-bown/
E também no Substack:
https://open.substack.com/pub/tavernadolugarnenhum/p/poilitica-desejos-videogames-e-a?utm_source=share&utm_medium=android&r=4uq96p
Jan 19
Texo novo no Taverna do Lugar Nenhum
https://tavernadolugarnenhum.com.br/tecnologia/games/poilitica-desejos-videogames-e-a-paranoia-de-alfie-bown/
E também no Substack:
https://open.substack.com/pub/tavernadolugarnenhum/p/poilitica-desejos-videogames-e-a?utm_source=share&utm_medium=android&r=4uq96p
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Eu a vi parada à beira da estrada, há quatro semanas. Pensei que estava delirando. Ela realmente segurava uma foto emoldurada de David Lynch. Uma bela foto, diga-se de passagem.
Normalmente, vejo mulheres na Índia carregando uma pequena estátua de um ídolo ou a foto emoldurada de algum deus para pedir dinheiro.
Há comércios locais que imprimem e emolduram imagens religiosas.
Por algum motivo, ela escolheu, desta vez, a imagem de um "deus branco" - ou um profeta. Ela não o conhecia, nem sabia o nome.
Todas as segundas e terças, ela carregava as imagens de Shiva e Hanuman. Os outros dias eram dedicados a David - para atrair os estrangeiros.
"Os estrangeiros sempre acham interessante. Deve ter sido algum grande profeta cristão, ou um grande pregador."
Tanmay Saxena
Jan 19
Eu a vi parada à beira da estrada, há quatro semanas. Pensei que estava delirando. Ela realmente segurava uma foto emoldurada de David Lynch. Uma bela foto, diga-se de passagem.
Normalmente, vejo mulheres na Índia carregando uma pequena estátua de um ídolo ou a foto emoldurada de algum deus para pedir dinheiro.
Há comércios locais que imprimem e emolduram imagens religiosas.
Por algum motivo, ela escolheu, desta vez, a imagem de um "deus branco" - ou um profeta. Ela não o conhecia, nem sabia o nome.
Todas as segundas e terças, ela carregava as imagens de Shiva e Hanuman. Os outros dias eram dedicados a David - para atrair os estrangeiros.
"Os estrangeiros sempre acham interessante. Deve ter sido algum grande profeta cristão, ou um grande pregador."
Tanmay Saxena
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VAMO ...
Criei um SUBSTACK para colocar meus textos, não necessariamente porque eu queira, mas porque ele me permite gerar essas imagens automaticamente.
Escolhi os primeiros 10 textos e vou alimentá-lo semanalmente com uma mistura de textos antigos e novos. Será uma ótima oportunidade para revisar alguns textos antigos e ver se ainda concordo com eles.
Link:
https://tavernadolugarnenhum.substack.com/
Beijos.
Jan 18
Criei um SUBSTACK para colocar meus textos, não necessariamente porque eu queira, mas porque ele me permite gerar essas imagens automaticamente.
Escolhi os primeiros 10 textos e vou alimentá-lo semanalmente com uma mistura de textos antigos e novos. Será uma ótima oportunidade para revisar alguns textos antigos e ver se ainda concordo com eles.
Link:
https://tavernadolugarnenhum.substack.com/
Beijos.
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Guinea Pig, uma obra idealizada por Satoru Ogura, é um tipo de filme de horror tão extremo que foi banido das locadoras.
São seis filmes no total: Devil’s Experiment (1985), Flower of Flesh and Blood (1985), He Never Dies (1986), a obra-prima Mermaid in a Manhole (1988), Android of Notre Dame (1988) e Devil Woman Doctor (1990) .
O primeiro filme da série, Devil’s Experiment pouco ou nada desenvolve personagens ou narrativa. O filme, que não é nem de longe o melhor da série, retrata um grupo de três homens que abusam de uma mulher de várias maneiras.
Com um estilo próximo ao found footage, o filme se apresenta como uma “filmagem real de tortura” — supostamente destinada a um experimento sobre a tolerância à dor e à humilhação.
A linha que separa o deplorável do ousado é difícil de determinar neste filme. Ele é sádico na mais exata definição do termo. Aqui, a violência brutal e gratuita se associa a uma certa dose não assumida de erotismo.
As cenas de tortura me incomodavam. A proposta me era indigesta. Cheguei a questionar os limites da minha tolerância artística. Questionei, inclusive, se deveria ter alguma tolerância artística.
O nojo e a indignação cresciam em proporção à minha necessidade de controle. “Alguém tinha que censurar aquilo”, pensava eu.
Nesse momento, me achei patético, pois percebi que era apenas um filme. Todos os atores haviam consentido. Ao assistir o documentário sobre os filmes, via que, entre uma tomada e outra, todos estavam rindo e se divertindo — e provavelmente ririam ainda mais se pudessem ver meu olhar de reprovação.
Quem eu queria defender?
O problema era que a minha sensibilidade estética ao sublime se tornou indistinguível de uma afetação politicamente correta.
Foi aqui que percebi o quanto me afastei daquela pessoa que frequentava livremente os cineclubes da minha cidade e se permitia ser exposta a todo tipo de experiência estética, até aquelas que causavam mal-estar.
Talvez olhar melhor para uma catedral gótica francesa, que combina o sublime dos vitrais e a feiura proposital dos gárgulas, fosse a chave para o mergulho estético de que necessitava — de alguma forma, o grotesco precisa ter um lugar em nosso mundo.
Jan 17
Guinea Pig, uma obra idealizada por Satoru Ogura, é um tipo de filme de horror tão extremo que foi banido das locadoras.
São seis filmes no total: Devil’s Experiment (1985), Flower of Flesh and Blood (1985), He Never Dies (1986), a obra-prima Mermaid in a Manhole (1988), Android of Notre Dame (1988) e Devil Woman Doctor (1990) .
O primeiro filme da série, Devil’s Experiment pouco ou nada desenvolve personagens ou narrativa. O filme, que não é nem de longe o melhor da série, retrata um grupo de três homens que abusam de uma mulher de várias maneiras.
Com um estilo próximo ao found footage, o filme se apresenta como uma “filmagem real de tortura” — supostamente destinada a um experimento sobre a tolerância à dor e à humilhação.
A linha que separa o deplorável do ousado é difícil de determinar neste filme. Ele é sádico na mais exata definição do termo. Aqui, a violência brutal e gratuita se associa a uma certa dose não assumida de erotismo.
As cenas de tortura me incomodavam. A proposta me era indigesta. Cheguei a questionar os limites da minha tolerância artística. Questionei, inclusive, se deveria ter alguma tolerância artística.
O nojo e a indignação cresciam em proporção à minha necessidade de controle. “Alguém tinha que censurar aquilo”, pensava eu.
Nesse momento, me achei patético, pois percebi que era apenas um filme. Todos os atores haviam consentido. Ao assistir o documentário sobre os filmes, via que, entre uma tomada e outra, todos estavam rindo e se divertindo — e provavelmente ririam ainda mais se pudessem ver meu olhar de reprovação.
Quem eu queria defender?
O problema era que a minha sensibilidade estética ao sublime se tornou indistinguível de uma afetação politicamente correta.
Foi aqui que percebi o quanto me afastei daquela pessoa que frequentava livremente os cineclubes da minha cidade e se permitia ser exposta a todo tipo de experiência estética, até aquelas que causavam mal-estar.
Talvez olhar melhor para uma catedral gótica francesa, que combina o sublime dos vitrais e a feiura proposital dos gárgulas, fosse a chave para o mergulho estético de que necessitava — de alguma forma, o grotesco precisa ter um lugar em nosso mundo.
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∞ In Heaven, everything is fine ∞ ...
David Lynch é uma figura que acompanho há bastante tempo.
No início, eu o via como alguém pretensioso e desnecessariamente hermético. Seus filmes eram tão esquisitos que beiravam a aleatoriedade.
No entanto, mesmo sendo crípticos, havia neles um magnetismo e algo que me deixava bastante curioso: uma espécie de senso de humor mórbido, frequentemente traduzido em surrealismo onírico.
Acredito que só fui entender de fato David Lynch depois de ler o seu livro sobre Meditação Transcendental e assistir a algumas entrevistas.
Descobri que ele é incrivelmente engraçado.
David Lynch não era pretensioso nem hermético – ele era lúdico, infantil e alguém que se permitia se divertir com suas próprias abstrações. Uma mistura de Hieronymus Bosch com Andy Kaufman.
Sempre tive a ideia de que ele mesmo não sabia explicar os filmes que fazia e, ainda por cima, se divertia com quem tentasse.
Depois de perceber esse lado dele, todo filme de David Lynch ganhou uma leveza absurda para mim e se tornou muito mais interessante.
David Lynch me ensinou que, mais do que explicar um filme ou comentá-lo, o mais interessante é assisti-lo.
Filmes foram feitos para ser assistidos.
Perdemos mais um.
Valeu mestre.
Jan 16
David Lynch é uma figura que acompanho há bastante tempo.
No início, eu o via como alguém pretensioso e desnecessariamente hermético. Seus filmes eram tão esquisitos que beiravam a aleatoriedade.
No entanto, mesmo sendo crípticos, havia neles um magnetismo e algo que me deixava bastante curioso: uma espécie de senso de humor mórbido, frequentemente traduzido em surrealismo onírico.
Acredito que só fui entender de fato David Lynch depois de ler o seu livro sobre Meditação Transcendental e assistir a algumas entrevistas.
Descobri que ele é incrivelmente engraçado.
David Lynch não era pretensioso nem hermético – ele era lúdico, infantil e alguém que se permitia se divertir com suas próprias abstrações. Uma mistura de Hieronymus Bosch com Andy Kaufman.
Sempre tive a ideia de que ele mesmo não sabia explicar os filmes que fazia e, ainda por cima, se divertia com quem tentasse.
Depois de perceber esse lado dele, todo filme de David Lynch ganhou uma leveza absurda para mim e se tornou muito mais interessante.
David Lynch me ensinou que, mais do que explicar um filme ou comentá-lo, o mais interessante é assisti-lo.
Filmes foram feitos para ser assistidos.
Perdemos mais um.
Valeu mestre.
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Mariya Takeuchi é uma figura influente da música japonesa, com milhões de discos vendidos.
No entanto, até 1984, o sucesso dela poderia ser considerado um fenômeno local.
Foi em 1985 que ela fez talvez a coisa mais importante de sua carreira – algo que não seria imediatamente reconhecido, mas que, quase 30 anos depois, se tornaria a peça essencial de um fenômeno futuro: a música Plastic Love.
Plastic Love se tornou o centro de uma inesperada e repentina onda de resgate da música japonesa dos anos 80, conquistando grande interesse por esse gênero no início da década de 2010. Sim, 25 anos depois de seu lançamento.
Quando a música foi carregada no YouTube pela primeira vez, rapidamente acumulou 67 milhões de visualizações.
Isso se deve ao fenômeno vaporwave, que basicamente adotou a música como um símbolo.
O vaporwave é um gênero estético que surgiu no início dos anos 2010, caracterizado por uma forte ênfase na nostalgia, no retrofuturismo e na “celebração crítica” do capitalismo.
O City Pop se encaixava perfeitamente nesse fenômeno, pois o Japão dos anos 80 recriava toda essa atmosfera com precisão.
Podemos entender o fenômeno do City Pop de duas maneiras: de forma orgânica, como um estilo musical de uma época e lugar específicos, e de forma artificial, como um fenômeno de "acidente virtual", do qual sou parte.
Sou um ouvinte tardio de City Pop e estou consciente de que meu senso de nostalgia em relação a esse tipo de música é tão artificial quanto o "amor de plástico" sugerido no título da canção.
Mas por que eu deveria me preocupar com isso?
Não tenho vergonha de dizer que fui pego pelo hype, pela modinha, que me rendi às recomendações do algoritmo e que estou adorando.
As músicas são realmente boas, mas, além disso, me vejo como cobaia voluntária de um típico fenômeno digital de recomendação e recriação artificial de fenômenos culturais.
Estou feliz com isso.
Mariya Takeuchi também deve estar adorando. Ela, que nunca parou de trabalhar, viu o interesse por sua música crescer novamente de forma repentina.
Em 2020, 36 anos depois, ela voltou milagrosamente ao primeiro lugar nas paradas de sucesso.
Está todo mundo feliz.
Jan 15
Mariya Takeuchi é uma figura influente da música japonesa, com milhões de discos vendidos.
No entanto, até 1984, o sucesso dela poderia ser considerado um fenômeno local.
Foi em 1985 que ela fez talvez a coisa mais importante de sua carreira – algo que não seria imediatamente reconhecido, mas que, quase 30 anos depois, se tornaria a peça essencial de um fenômeno futuro: a música Plastic Love.
Plastic Love se tornou o centro de uma inesperada e repentina onda de resgate da música japonesa dos anos 80, conquistando grande interesse por esse gênero no início da década de 2010. Sim, 25 anos depois de seu lançamento.
Quando a música foi carregada no YouTube pela primeira vez, rapidamente acumulou 67 milhões de visualizações.
Isso se deve ao fenômeno vaporwave, que basicamente adotou a música como um símbolo.
O vaporwave é um gênero estético que surgiu no início dos anos 2010, caracterizado por uma forte ênfase na nostalgia, no retrofuturismo e na “celebração crítica” do capitalismo.
O City Pop se encaixava perfeitamente nesse fenômeno, pois o Japão dos anos 80 recriava toda essa atmosfera com precisão.
Podemos entender o fenômeno do City Pop de duas maneiras: de forma orgânica, como um estilo musical de uma época e lugar específicos, e de forma artificial, como um fenômeno de "acidente virtual", do qual sou parte.
Sou um ouvinte tardio de City Pop e estou consciente de que meu senso de nostalgia em relação a esse tipo de música é tão artificial quanto o "amor de plástico" sugerido no título da canção.
Mas por que eu deveria me preocupar com isso?
Não tenho vergonha de dizer que fui pego pelo hype, pela modinha, que me rendi às recomendações do algoritmo e que estou adorando.
As músicas são realmente boas, mas, além disso, me vejo como cobaia voluntária de um típico fenômeno digital de recomendação e recriação artificial de fenômenos culturais.
Estou feliz com isso.
Mariya Takeuchi também deve estar adorando. Ela, que nunca parou de trabalhar, viu o interesse por sua música crescer novamente de forma repentina.
Em 2020, 36 anos depois, ela voltou milagrosamente ao primeiro lugar nas paradas de sucesso.
Está todo mundo feliz.
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