Batman é o décimo-primeiro álbum de estúdio de Prince, concebido como trilha sonora do filme Batman (1989), dirigido por Tim Burton.
Há diversos aspectos interessantes sobre este disco. Lançado pela Warner Bros. Records, o álbum foi uma estratégia para impulsionar o desempenho comercial da gravadora e reposicionar Prince como um dos principais artistas da época, especialmente após o fracasso comercial de Lovesexy.
E essa estratégia funcionou. Batman foi um sucesso comercial, alcançando a certificação de múltiplas platinas e sendo, eventualmente, visto como um sucessor criativo de Purple Rain na carreira de Prince. O álbum chegou ao primeiro lugar da Billboard 200, onde permaneceu por seis semanas consecutivas, tornando-se o primeiro álbum de Prince a alcançar essa posição desde Around the World in a Day. O primeiro single, “Batdance”, também se destacou, alcançando o topo das paradas — a primeira vez que uma canção de Prince chegou ao número 1 desde “Kiss”, de 1986.
Há, no entanto, outros detalhes interessantes sobre esse projeto. Em uma entrevista à Rolling Stone em 2010, Prince revelou que a ideia inicial era uma colaboração conceitual entre ele e Michael Jackson. Segundo o músico, o álbum deveria ser um dueto, com Michael Jackson interpretando o Batman e Prince o Coringa.
Nesse conceito, Prince cantaria as músicas mais funk para personificar o vilão, enquanto Michael Jackson ficaria com as baladas, representando o herói. No entanto, essa ideia não se concretizou. Michael Jackson estava ocupado com sua Bad World Tour e já tinha contrato com a Epic Records (gravadora com a qual trabalhava desde 1975), enquanto o filme era uma produção da Warner Bros.
Além disso, os produtores queriam que o compositor Danny Elfman, responsável pela trilha sonora do filme, colaborasse com Prince. No entanto, Elfman recusou, pois já tinha uma visão própria para a trilha e não queria atuar como arranjador musical.
Em relação à música, temos o que é característico de Prince: uma performance envolvente e teatral, acompanhada de bons arranjos instrumentais. No entanto, a predominância da bateria eletrônica pode ser um pouco incômoda para alguns ouvintes.
No final das contas, Batman é um pastiche festivo que mistura Dance-Rock, R&B e Funk. Um disco despretensioso e divertido.
Destaque musical? Batdance! Óbvio!