Um Barco e Nove Destinos é um filme de guerra e suspense dirigido por Alfred Hitchock em 1944 com roteiro e história de John Steinbeck.

Sobreviventes estadunidenses e britânicos se reúnem em um barco a remo, logo após o navio em que viajavam ter sido afundado por torpedos durante a II Guerra Mundial.

O submarino alemão U-boat, que os atacara, também foi afundado na mesma hora.

Eles resgatam da água um último sobrevivente, um alemão chamado Willi (Walter Slezak), que se dizia tripulante do submarino, mas na verdade era o capitão.

Os náufragos aliados não confiam nele e descobrem suas mentiras, mas acabam tendo que se submeter à liderança do inimigo que demonstra ser o mais capacitado para guiá-los à quase impossível salvação.

Houve uma certa polêmica a respeito do filme sobre ele aparentemente simpatizar com o personalgem alemão – o que absolutamente não é verdade – o personagem alemão é indubitávelmente o vilão. No entanto, devido a época em que foi feito o filme, talvez os público estivesse esperando uma esteriotipação mais grotesca e malévola do inimigo. Não é o modo que Hitchock trabalha. Hitchock tem um fraterno respeito por seus vilões, pouco importa se eles são ou não nazistas, comunistas, psicopatas, assassinos ou maniacos sexuais.

Hoje em dia o filme é aclamado e considerado uma das obras mais subestimadas do diretor.

Existe algo nesse filme que é muito mais interessante que a média dos filmes de guerra.

Sim, Um Barco e Nove Destino é um filme de guerra que se passa todo num barco minúsculo. O barco em que todos estão se transforma no palco em miniatura do mesmo cenário bélico que os colocou naquela situação. Vemos o desenrolar de conjunturas típicas de um filme de guerra: combates, luta pela sobrevivência, estratégia, traição, sabotagem, tréguas e pactos.

No entanto, o filme transcente a política e a própria questão da guerra. Ele é muito melhor que isso. O filme mostra-nos o confronto das personagens com questões éticas e nos interpela numa dimensão antropológica.

Cada personagem representa um aspecto da condição humana. Em cada momento vemos descortinar diante de nós a suspeita, a solidariedade, a esperança, a resiginação, a fé e o ceticismo.

Em suma, excelente filme.

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