O “The Mandrake Project” é o sétimo álbum de estúdio de Bruce Dickinson e Roy Z. Este trabalho marca o retorno da dupla após quase duas décadas desde o lançamento de “Tyranny of Souls” em 2005, representando o maior intervalo entre dois álbuns de estúdio na carreira de Bruce e Roy.

Em vez de analisar faixa por faixa, optei por destacar três músicas que me chamaram mais a atenção: “Resurrection Man”, “Eternity Has Failed” e “Sonata (Imortal Beloved)”. Essas não são apenas as minhas favoritas, mas também as que melhor encapsulam diversas características presentes em todo o álbum.

Uma das notáveis características deste disco é sua variedade e ecletismo. Bruce Dickinson mostra uma abordagem mais experimental, lembrando sua fase em “Balls to Picasso” e “Skunkworks”, aproximando-se ocasionalmente do Heavy Metal tradicional. Esta diversidade é excelente e pode decepcionar aqueles que esperavam algo mais alinhado com “The Chemical Wedding” e “Accident of Birth”.

É crucial ressaltar o papel de Roy Z não apenas na coautoria das músicas, mas também como co-responsável pelo que é comumente chamado de “carreira solo de Bruce Dickinson”. Apesar do nome do projeto ser associado apenas a Bruce por mera contingências comerciais, a influência de Roy Z é evidente nos álbuns “Balls to Picasso”, “The Chemical Wedding”, “Accident of Birth” e “Tyranny of Souls”.

Bruce Dickinson transborda nesss discos suas influências, que vão do Rock Progressivo ao Heavy Metal Tradicional e Hard Rock setentista, enquanto Roy Z, além de compartilhar gosto pelo Hard Rock e Heavy Metal, adiciona influências da música latina e caribenha. Estas influências se destacam em momentos únicos, como a inserção de Reggae em “Tears of the Dragon”, flamenco em “Arc of Space” e bolero em músicas como “Change of Heart”. Muita gente torce o nariz, eu acho maravilhoso.

Neste disco vemos essa parceria com evidência na quarta faixa, Ressurection Man. A música é um Western mexicanao estilo Robert Rodriguez, com influências de Johnny Cash e Black Sabbath da época do Dehumanizer, quando a banda resgatava a levada mais “doom” e ao mesmo tempo se aproveitava do alcance da voz de Ronnie James Dio.

Como Bruce e Roy conseguem reunir influências tão díspares na mesma música? Só ouvindo para saber.

Outra música a ser destacada é “Eternity Has Failed”, presente também no álbum “Book of Souls” do Iron Maiden de 2015 em uma versão diferente com o título “If Eternity Should Fail”.

Vai por mim, se a versão que foi para o disco do Iron Maiden já era excelente, sendo até mesmo considerada um clássico tardio da banda, então se prepare, pois a versão do Iron Maiden é muito inferior a essa.

Meu Deus, que música incrível!

Além de um solo destruidor de Roy Z, temos um pequeno solo de teclado no melhor estilo Emerson Lake and Palmer feito pelo Maestro Mistheria (tecladista da banda) – fora a introdução feita com arranjos de flautas peruanas, que ficou muito, mas muito melhor que a versão do Maiden com aqueles sintetizadores esquisitos. Para mim, ela compete para ser a melhor música do disco ao lado de Sonata (Imortal Beloved).

Aliás, por falar nela, que música maravilhosa. Ela é uma balada gótica dramática, sutilmente eletrônica e progressiva, com 10 minutos de duração. Só essa descrição deve ter afastado metade dos fãs tradicionais de Heavy Metal pra longe. Meu Deus, como Bruce Dickinson é necessário!

Não acreditei quando vi as críticas dizendo que essa música misturava influências de The Cure e Pink Floyd. De fato, ela transborda essa influência.

Uma melodia maravilhosa, um andamento hipnótico, uma das melhores performances vocais de Bruce e um dos solos mais bonitos de Roy Z de toda sua carreira. toda sua carreira.

Em resumo, “The Mandrake Project” é um excelente disco. A primeira audição o disco me soou bom, mas um pouco anêmica; no entanto, ao ouvir com mais atenção a segunda e terceira vez, a qualidade do álbum melhora significativamente.

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