Uma das coisas mais legais de discos como *Songs the Lord Taught Us,* album de estréia do The Cramps, é que ele não serve apenas para apresentar a banda, mas também apresentar o repertório variado de artistas que a influenciaram.

O disco é composto 50% de covers e 50% de canções originais.

Da parte dos covers, temos Rock on the Moon de Jimmy Stewart, Sunglasses After Dark de Link Wray, Strychnine do The Sonics, Tear It Up de Johnny Burnette e The Rock and Roll Trio e Fever de Little Willie John.

A partir dai conseguimos mapear a variedade de estilos contidas no som da banda, que se traduz numa mistura de Rockabilly, Country, Surf Music e Punk Rock.

O que o The Cramps faz com esses estilos é adicionar um elemento “psycho”, com letras que misturam horror e comédia (influência clara de Alice Cooper) e uma estilização completa de todos os elementos que compõe sua persona artística.

Existe um estilo “Cramps” de se vestir e se comportar no palco, que é a forma mais cafona e sexy possível.

Existe um estilo “Cramps” de tocar guitarra, com muito “spring reverb” e tremolos – no melhor estilo “Western/Cowboy”.

Existe um estilo “Cramps” de tocar bateria, enfatizando muito uma levada tribal.

Existe um estilo “Cramps” de cantar, que mistura sessões rítmicas aceleradas e dançantes de Rockabilly com uma dramaticidade esquizo/gótica típica de Iggy Pop e David Bowie.

No final das contas, as músicas mais legais deste disco são da própria banda: TV Set, Garbage Man e, principalmente, I Was a Teenage Werewolf .

Essa última música está entre as melhores performances vocais Lux Interior, além da letra ser absurdamente divertida, com muitas metáforas sexuais interessantes.

Enfim, The Cramps é uma das coisas mais divertidas que já surgiram na história do Rock.

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