“Remission” é o álbum de estreia da banda Mastodon, lançado em 2002.

Quando uma banda é categorizada como parte do “Metal Progressivo”, já imaginamos como deve ser o som: tempos quebrados, bastante uso de teclados, abordagens polifônicas complexas, alienações e longas sessões instrumentais.

Mastodon consegue contemplar quase todas essas características e ainda assim não soar como uma banda típica do gênero.

Os tempos quebrados não dominam toda a música, os teclados apenas adicionam uma atmosfera, as sessões instrumentais, que aqui são complexas, não aparentam ser simples exibições vazias de virtuosismo.

“Remission” é um álbum que incorpora Sludge Metal, Doom Metal, Stoner Rock, Metal Progressivo, Blues, Southern Rock e Hardcore sem parecer uma colcha de retalhos. Pelo contrário, esses estilos se combinam neste primeiro disco de uma forma orgânica.

O grande destaque do disco é a performance do baterista Brann Dailor, que combina em seu estilo o colorido de levadas de Jazz com a força que o Heavy Metal demanda.

A temática do disco é sombria, mas aponta para um caminho de redenção (e remissão, como o próprio nome do disco já deixa explícito). Troy Sanders (baixista e vocalista), em entrevista à revista online Lollipop em 2004, explicou que “Remission” foi um álbum que o ajudou a lidar com a morte de sua irmã – que se suicidou aos 14 anos (ele tinha 15 anos).

“Remission” é uma reflexão sobre o perdão de algo que normalmente assume um aspecto de imperdoabilidade. Existe uma dicotomia intrínseca nesta situação que acaba sendo refletida no álbum através do equilíbrio de dualidades: extremo e progressivo, violento e suave, insano e bonito.

Ótimo disco.

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