“Olé Coltrane” é um álbum de John Coltrane lançado em novembro de 1961.

Este disco, especialmente a faixa “Olé” (a primeira do álbum), sem dúvida reflete o interesse de Coltrane pela música espanhola, possivelmente influenciado pelo “Sketches of Spain” de Miles Davis lançado em 1960.

No entanto, enquanto “Sketches of Spain” se baseia em orquestrações e no flamenco de Gil Evans, “Olé” explora os modos musicais de influência oriental da Espanha islâmica de uma maneira mais despojada e terrena.

O solo de flauta de Eric Dolphy é fantástico, assim como a interação dos dois baixos de Reggie Workan e Art Davis. A estrutura e a melodia desta faixa foram emprestadas da canção folclórica espanhola “El Vito”, enquanto o trabalho do saxofone soprano lembra “My Favorite Things”. Além disso, vemos este disco ecoar as formas africanas, conforme expresso no álbum anterior “Africa/Brass”.

“Dahomey Dance” (segunda faixa) tem um som de blues mais tradicional, com Coltrane mudando para o sax tenor. Se não fosse pela linha de frente do contrabaixo e pelo solo de Dolphy, essa música poderia facilmente ser confundida com uma joia perdida nas sessões de “Kind Of Blue” de Miles Davis.

O álbum termina com duas músicas lindamente exuberantes. “Aisha”, uma das poucas composições de McCoy Tyner que Coltrane já gravou, e uma composição de Billy Frazier intitulada “Original Untitled Ballad (To Her Ladyship)”.

Em suma, “Olé Coltrane” é um belíssimo disco que mistura estruturas tradicionais de blues e jazz com elementos da música ibérica.

Enquanto Miles Davis, em seu “Sketches of Spain”, representa conexões entre África, Estados Unidos e Europa, Coltrane, neste disco, explora o eixo África, Estados Unidos e Mundo Árabe, tendo a Espanha como o principal ponto de convergência. Neste disco, atestamos como a música espanhola é incrivelmente poderosa.

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