AGORA SIM, um filme padrão Studio Ghibli.
Um filme que resgata tanto a qualidade quanto a sensibilidade do estúdio.

Apesar de ser dirigido pelo estreante Hiromasa Yonebayashi (que faz aqui um excelente trabalho), ele é escrito por Sensei Miyazaki e a mão deste último, ao meu ver, é o que pesa mais – pois trata-se de um “conto de fadas” profundamente miyazakiano.

O filme é homenagem belíssima ao miniaturalismo.

O miniaturalismo é um tipo de arte meio ignorada, mas que está muito presente em nossa história e nosso quotidiano na forma de maquetes, dioramas, “room box”, na arte de se fazer “casa de bonecas”, nos modelismo, no “miniature faking” e, se vocês querem saber, até mesmo atingiu um status de arte sacra e popular, na concepção dos presépios.

O universo dos pequeninos aqui (denominados “coletores”) é um nano-universo imersivo, onde orvalhos crescem e gotejam, transbordando em dedais – que servem como baldes; onde o tique-taque de um relógio reverbera pelo chão e pelos cômodos; onde sentimos de forma macro cada textura de um mundo micro.

Mesmo se “O Mundo dos Pequeninos” não tivesse uma história linda, seria um filme sensacional, na raiz mais etimológica da palavra – de “causar sensações”. Mas o filme, ainda por cima, tem uma história linda e diálogos belíssimos sobre adequação, sobrevivência, extinção, morte e finitude.

Um dos melhores.

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