Interlúdio é um filme de espionagem noir de 1946 dirigido por Alfred Hitchcock e com roteiro adaptado por Ben Hecht, Clifford Odets e o próprio Hitchcock.

O filme é baseado em The Song of the Dragon, história de John Taintor Foote.

No filme, T.R. Delvin (Cary Grant), um agente do governo estadunidense chantageia Alicia Huberman (Ingrid Bergman), filha de um nazista, para forçá-la a espionar Sebastian (Claude Rains), um agente alemão que mora no Rio de Janeiro.

Trata-se de um excelente filme de Hitchcock;

Interlúdio constroi seu grande suspense nos pequenos gestos e nos planos detalhes. Seus pontos de tensão dramática estão concentrados no foco que ele dá aos cacos de uma garra quebrada, na mão que segura aflita uma chave, nos olhares desconfiados – tudo, por menor que seja, tem um potencial magestático de perigo.

Alfred Hitchcock sabe muito bem manipular pequenos pontos do seu filme.

Existe também um trabalho magistral com a câmera subjetiva ao simular pânico, perplexidade e lisergia.

É interessante notar alguns temas no filme, vou deixar um trecho da Wikipedia sobre o filme que pode elucidar bastante coisa:

O tema predominante em Notorious é a confiança – confiança retida ou concedida livremente. T. R. Devlin leva muito tempo para encontrar sua confiança, enquanto Alexander Sebastian oferece a sua facilmente – e acaba pagando um alto preço por isso. Da mesma forma, o filme aborda a necessidade da mulher de ser confiável e a necessidade do homem de se abrir para o amor.

Sullivan escreve que Devlin usa Alicia como isca sexual, se recusa a assumir qualquer responsabilidade por seu papel e fica arrasado quando ela faz um trabalho excelente.

Alicia se vê friamente manipulada pelo homem que ama, vê seu comportamento notório explorado para fins políticos e, em seguida, teme ser abandonado pelo amante que a colocou na terrível situação de espionar o colega nazista de seu falecido pai dormindo com ele – um homem que genuinamente a ama, talvez mais do que Devlin.

Alex é o vilão mais dolorosamente simpático de Hitchcock, impulsionado por seu profundo ciúme e raiva – para não mencionar seu fascínio por uma mãe castradora – culminando em um imperativo abrupto e absoluto de matar o amor de sua vida.

A própria mãe de Hitchcock morreu em setembro de 1942, e Notorious é a primeira vez que ele aborda os problemas de sua mãe de frente. “Em Notorious, o papel da mãe é finalmente totalmente apresentado e examinado. Não mais relegada à uma mera participação em conversas, ela aparece aqui como uma personagem principal em um filme de Hitchcock, e tudo de uma vez – como mais tarde, através de Psycho (1960), Os Pássaros (1963) e Marnie (1964) — Hitchcock começou a fazer da figura materna um repositório pessoal de sua raiva, culpa, ressentimento e um triste anseio”. Ao mesmo tempo, ele confundiu o amor materno com o amor erótico, e de forma pungente, tanto no filme quanto na vida de seu diretor, “ambos os tipos de amor eram de fato limitados ao desejo e à fantasia e às expectativas não realizadas.

O tema do alcoolismo permeia o filme do começo ao fim: para Alicia é uma fuga da culpa e da dor, ou mesmo até mesmo totalmente prazerosa. Então beber se torna ainda mais perigoso quando os Sebastian administram seu veneno através do café de Alicia. Até o MacGuffin vem embalado em uma garrafa de vinho. “Toda a bebida não tem valor e, finalmente, é perigosa”.

Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/Notorious_(1946)#Resposta_Cr%C3%ADtica

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