In the Court of the Dragon é o décimo disco de estúdio do Trivium, lançado em 2021.

O álbum foi aclamado pela crítica. Muitos, incluindo eu, consideram o melhor trabalho do Trivium.

O disco segue a míriade de estilos base do Trivium: uma mistura Thrash Metal, Metalcore e Metal Progressivo. Além disso, agrega nuances melódicas Metal Moderno, os grooves de Neo-Thrash e orientações destemidamente experimentais do Epic Tech/Death.

A belíssima arte da capa é uma pintura do artista gráfico Mathieu Nozieres.

O conteúdo lírico do álbum harmoniza bem com a capa. É baseado na mitologia inspirada na literatura de fantasia.

Depois da climática “X”, temos a poderosa música título In the Court of the Dragon.

In the Court of the Dragon (no Pátio do Dragão) é uma das dez histórias presentes no clássico “O Rei de Amarelo”, do escritor Robert W. Chambers. Escrito em 1895, este livro consiste em uma coletânea de contos baseados em uma fictícia peça de teatro que enlouquece (ou desperta) todos que a leem até o fim. O livro foi uma das inspirações de H. P. Lovecraft.

A música, em consonância com Chambers, é um épico metálico com uma letra repleta de pertubadoras imagens de horror decantentista.

Logo de cara já temos uma das melhores músicas da banda de todos os tempos.

Like a Sword Over Damocles, mantém a qualidade lá no alto. Ainda combinando Metalcore com tons épicos e um refrão belísismo.

A “espada de Dâmocles” é parte de uma anedota moral de Timeu de Taruomênio (historiador grego que viveu por volta do ano 300 antes de Cristo) e representa um constante estado de insegurança daqueles com grande poder.

A letra pode fazer uma alusão metafórica a própria carreira.

É inescapável o potêncial desse disco. O Trivium conseguiu ultrapassar seus limites sem negligenciar os elementos centrais que os tornaram uma das bandas mais reverenciadas do planeta. Eles criaram o ápice de sua carreira com esse disco. In the Court of the Dragon consegue superar facilmente obras-primas como Shogun (até então o meu preferido), The Crusade e The Sin and the Sentence.

Daqui pra frente, essa responsabilidade,  essa “espada de Dâmocles”, vai ficar pairando sobre a banda – que vai ser sempre pressionada para fazer um disco semelhante.

Absolutamente tudo neste disco funciona muito bem. Não há uma música que não seja no mínimo muito boa. Feast of Fire, No Way Back Just Through, A Crisis of Revelation e From Dawn To Decadence atolam o pé no Metalcore de altíssima qualidade, no Metal Progressivo e no Metal Moderno – alternando vocais melodiosos e rasgados furiosos em riffs pulsantes e acelerados.

The Shadow Of The Abattoir é uma balada que lembra bastante Green Carnation (pelo feeling melódico-tétrico) e agrega belíssimas harmonias de “valsas medievalescas metálicas” à la Iron Maiden (algo como The Clansman ou Blood Brothers). Lindíssima.

Fall Into Your Hands é possivelmente a melhor música do disco (ainda não decidi – estou entre ela e The Shadow of the Abattoir). Ela tem uma das baterias mais criativas, ótimas linhas de baixo e uma orquestração no final que é lindíssima.

The Phalanx, para encerra como uma das melhores músicas da banda.

In the Court of the Dragon colocou o Metalcore numa perspectiva que nunca tinha visto uma banda colocar. O disco é tão ou mais teatral, operístico, assombroso e espectral que qualquer disco de Metal Sinfônico que já ouvi.

Em suma, o disco ensinou o Metalcore ser homérico.

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