Jacques Tourneur é uma figura persistente para quem está, como eu, pesquisando sobre filmes de horror folclórico. Nas listas dos filmes inaugurais e fundamentais do subgênero, o nome do diretor aparece em pelo menos três: Cat People (1942), I Walked with a Zombie (1943) e Night of the Demon (1957)

Neste filme, temos como protagonista um psicólogo americano cético que viaja para a Inglaterra para investigar um misterioso homem, suposto líder de um culto satânico e suposto responsável por algumas mortes.

Colocar um cético como protagonista de uma história de terror sobrenatural virou uma fórmula bastante funcional. Primeiro nos é oferecido uma armadura segura de explicações racionais para fenômenos estranhos e, pouco a pouco, começamos a ser convencidos das vulnerabilidades e das óbvias vias de entrada em nossa inabalável vestimenta lógica.

Em certo momento, não podemos mais negar que o demônio existe e que ele está diante de nós.

Os efeitos especiais tornam esse filme de certa forma datado, mas mesmo assim é muito satisfatório ver o monstro e como sua presença brumal toma conta do ambiente.

Achei as últimas cenas, nos trilhos do trem, muito efetivas.

Os efeitos especiais aqui se baseiam em vaporização, sobreposição de imagens e fantasias.

Acho que os efeitos especiais dos filmes dos anos 40 e 50, no geral, envelheceram muito melhores do que os efeitos especiais da segunda metade dos anos 90 e isso se deve, principalmente, ao efeito que a falta de cor dava a composição geral.

Os filmes em preto e branco criam uma uniformidade visual que podem camuflar um pouco mais a artificialidade. Quando temos a cor envolvida, a artificilialidade inevitavelmente salta aos olhos.

No entanto, para além dos efeitos visuais, Night of the Demon é um conto sedutor e envolvente sobre o poder do oculto e da suscetibilidade da mente humana à sugestão.

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