Em “The Whale”, dirigido por Darren Aronofsky, é acompanhado um professor de literatura inglesa chamado Charlie, interpretado por Brendan Fraser, que lida com o luto e a depressão através de uma incontrolável compulsão alimentar. A história é contada em um cenário único, com apenas quatro personagens, levando o espectador a crer que cada personagem teria um significado simbólico ou uma alegoria religiosa ou metáfora bíblica, mas ao longo do filme, percebe-se que a intenção é manipular e confundir as emoções e sensações físicas do público, provocando uma conciliação entre repulsa e empatia.

A comida no filme é utilizada como uma tentativa de preenchimento de algo que não pode ser preenchido, não tendo a função de nutrir ou proporcionar prazer, o que acaba se tornando um reforço tautológico da condição de miséria do personagem principal.

O foco da trama é a relação de Charlie com sua filha Ellie, que ele abandonou quando resolveu ter uma aventura homossexual. Ellie é uma adolescente revoltada e cruel, que visita seu pai regularmente para descontar suas frustrações e humilhá-lo. Apesar disso, Charlie mantém sua afetuosidade, cuidado e gentileza, mesmo diante das demonstrações de ódio de sua filha.

O objetivo de Charlie, antes de morrer, é quebrar a armadura de nihilismo que Ellie construiu para se proteger do mundo e mostrar a ela a perspectiva quase milagrosa da existência do “amor incondicional”, que não está escravizado por merecimento ou reciprocidade.

Em resumo, “The Whale” é muito mais do que um filme sobre compulsão alimentar, mas sim uma história sobre “virar a outra face”. Darren Aronofsky mantém sua tradição bíblica na narrativa.

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