Os documentos etnográficos mais importantes e numerosos da pré-história encontram-se nas cavernas, nas artes rupestres.

O que intriga pesquisadores como Leroi-Gourhan é que essas artes apresentam uma extraordinária unidade, tanto no conteúdo artístico quanto no temático.

Na arte rupestre, há uma predominância de representações de animais, como ursos, leões, lobos, tigres crivados de flechas, além de cervos, corujas, bisões e camurças.

As cavernas também eram locais onde ocorriam os nascimentos, pois eram considerados ambientes seguros, vistos e celebrados como verdadeiros santuários.

Essa imagem pode passar despercebida para a maioria das pessoas, mas certamente não escapava aos homens de curiosidade mística.

Não me surpreende que Henri Breuil, um dos mais importantes arqueólogos e etnógrafos da França e um dos primeiros a perceber o significado religioso das cavernas, fosse também um padre.

Chesterton compartilhou dessa fascinação pelas grutas e expandiu essa ideia em seu livro O Homem Eterno, apresentando a caverna como símbolo da primeira natividade.

Nesse sentido, é quase lógico pensar que a gruta, como santuário, um lugar de nascimento e rodeada de animais, seja a rima evidente para o presépio.

Aparentemente, todas as nossas histórias, símbolos e trajetórias gravitam em torno do mesmo ponto.

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O podcast é apresentado por Gabriel Vince. Já foi estudante de filosofia, história, programação e jornalismo. Católico, latino e fã de Iron Maiden. Não dá pra ser mais aleatório que isso.

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