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Love Exposure (Sion Sono, 2008)
⭐⭐⭐⭐⭐
Love Exposure (2008), dirigido por Sion Sono, é um filme japonês que mistura drama, comédia, romance e elementos de exploração religiosa e psicológica.
Eu tive vários sentimentos conflitantes ao longo dessa obra e Sion Sono foi muito habilidoso em me manipular.
O grande trunfo de Love Exposure é estético.
Quando falo "estético", apelo para o significado mais acadêmico do termo: a percepção sensorial da relação entre forma, conteúdo e sensibilidade.
Love Exposure explora estéticas conflitantes e temas diversos ao longo da sua execução. Ele é um filme de comédia besteirol, no melhor estilo American Pie, ao mesmo tempo que é um filme "coming-of-age" bastante profundo e dramático. Ele explora temas como a fé, a tensão entre uma religião verdadeira e uma seita (sim, ele explora isso de uma maneira incrivelmente boa), o drama da adolescência, desde a rebeldia até a descoberta sexual, traumas sexuais, perversão e a perda de conexão entre pais e filhos.
É impressionante a quantidade de temas diferentes que ele aborda, mas, além de tudo, é impressionante como Sion Sono conecta esses temas de forma coesa. Não apenas isso, os temas se conectam com uma diversidade impressionante de estilos.
Numa hora, estamos vendo um personagem declamar o amor divino; na outra, uma cena de pancadaria na rua; na outra, um filho tentando se conectar ao pai; na outra, uma ereção pública constrangedora; na outra, uma cena sangrenta com espada.
Confesso que fiquei meio receoso devido ao uso indiscriminado da simbologia católica, que é, para mim, muito preciosa (na verdade, sagrada). No entanto, apesar de quase beirar a blasfêmia, o filme usou subterfúgios inteligentes para desviar minha atenção — desviando o símbolo para uma clara tangente de ressignificação, ao mesmo tempo que permitia colocar a fé verdadeira em um santuário intocado, porém visível, de ortodoxia.
Love Exposure é um bildungsroman eclético, bizarro e quase surrealista que utiliza uma mistura de gêneros de comédia e drama para falar de redenção, fanatismo, sexualidade, adolescência, identidade, religião, manipulação, sadismo e amor.
Critica completa no tavernadolugarnenhum.com.br
Fev 10
Love Exposure (Sion Sono, 2008)
⭐⭐⭐⭐⭐
Love Exposure (2008), dirigido por Sion Sono, é um filme japonês que mistura drama, comédia, romance e elementos de exploração religiosa e psicológica.
Eu tive vários sentimentos conflitantes ao longo dessa obra e Sion Sono foi muito habilidoso em me manipular.
O grande trunfo de Love Exposure é estético.
Quando falo "estético", apelo para o significado mais acadêmico do termo: a percepção sensorial da relação entre forma, conteúdo e sensibilidade.
Love Exposure explora estéticas conflitantes e temas diversos ao longo da sua execução. Ele é um filme de comédia besteirol, no melhor estilo American Pie, ao mesmo tempo que é um filme "coming-of-age" bastante profundo e dramático. Ele explora temas como a fé, a tensão entre uma religião verdadeira e uma seita (sim, ele explora isso de uma maneira incrivelmente boa), o drama da adolescência, desde a rebeldia até a descoberta sexual, traumas sexuais, perversão e a perda de conexão entre pais e filhos.
É impressionante a quantidade de temas diferentes que ele aborda, mas, além de tudo, é impressionante como Sion Sono conecta esses temas de forma coesa. Não apenas isso, os temas se conectam com uma diversidade impressionante de estilos.
Numa hora, estamos vendo um personagem declamar o amor divino; na outra, uma cena de pancadaria na rua; na outra, um filho tentando se conectar ao pai; na outra, uma ereção pública constrangedora; na outra, uma cena sangrenta com espada.
Confesso que fiquei meio receoso devido ao uso indiscriminado da simbologia católica, que é, para mim, muito preciosa (na verdade, sagrada). No entanto, apesar de quase beirar a blasfêmia, o filme usou subterfúgios inteligentes para desviar minha atenção — desviando o símbolo para uma clara tangente de ressignificação, ao mesmo tempo que permitia colocar a fé verdadeira em um santuário intocado, porém visível, de ortodoxia.
Love Exposure é um bildungsroman eclético, bizarro e quase surrealista que utiliza uma mistura de gêneros de comédia e drama para falar de redenção, fanatismo, sexualidade, adolescência, identidade, religião, manipulação, sadismo e amor.
Critica completa no tavernadolugarnenhum.com.br
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Desculpa, moça. ...
Love Exposure ...
Pra quem não sabe, a Rebelião de Shimabara de 1637 no Japão foi exatamente assim.
Fev 9
Pra quem não sabe, a Rebelião de Shimabara de 1637 no Japão foi exatamente assim. ...
Massa essa banda ...
Beleza, só estava faltando um solo de gaita para eu considerar o City Pop o melhor gênero de música Pop do mundo.
Música: The Torch
Disco: Trouble in Paradise
Artista: Anri
Ano: 1986
Fev 7
Beleza, só estava faltando um solo de gaita para eu considerar o City Pop o melhor gênero de música Pop do mundo.
Música: The Torch
Disco: Trouble in Paradise
Artista: Anri
Ano: 1986
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@m.onaju lindona ...
06 de fevereiro ✠ Dia de São Paulo Miki ✠ Marchou de Kyoto a Nagasaki (966 quilômetros) cantando Te Deum ✠ Foi perfurado por uma lança enquanto perdoava seu executor ✠ Uma ameixeira em flor nasceu no local de sua execução.
Fev 6
06 de fevereiro ✠ Dia de São Paulo Miki ✠ Marchou de Kyoto a Nagasaki (966 quilômetros) cantando Te Deum ✠ Foi perfurado por uma lança enquanto perdoava seu executor ✠ Uma ameixeira em flor nasceu no local de sua execução. ...
"Estou coquette?"
- Centro, Campinas (SP)
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Scanners (David Cronenberg, 1981)
⭐⭐⭐⭐
Decidi entrar no filme sem conhecer o enredo, preservando o elemento surpresa. A única referência que tinha era a famosa cena da cabeça explodindo, mas não sabia nada sobre o contexto, a trama ou o significado de “scanners”.
O filme gira em torno dos “scanners”, indivíduos com habilidades telepáticas e telecinéticas extraordinárias.
Em Scanners, esses seres são resultado de experimentos científicos conduzidos pelo Dr. Paul Ruth, que desenvolveu um medicamento chamado “ephemeral”, administrado a gestantes para gerar crianças com poderes psíquicos. No entanto, devido a efeitos colaterais indesejados, a produção do “ephemeral” foi interrompida. Ainda assim, uma organização terrorista obtém acesso ao medicamento, planejando criar um exército de scanners para dominar o mundo.
A trama, que remete a clichês de filmes de espionagem e conspiração, é personificada em dois irmãos scanners, filhos do Dr. Ruth: Cameron Vale, o homem do shopping, e Darrel Revok.
Cameron é o “scanner bom”, que desconhece seus poderes e vive como um mendigo. Já Darrel é o “scanner mau”, líder da organização que busca dominar o mundo e eliminar os scanners que se recusam a se aliar a ele.
Cronenberg utiliza as convenções do gênero para explorar sua obsessão: revisitar o mito de Frankenstein à sua maneira.
Inspirado em Mary Shelley, ele aborda temas como a visceralidade, a corporalidade e uma visão crítica à ciência.
Sua abordagem é marcada por uma falta de pudor ao retratar deformidades grotescas e violência explícita. Além disso, o filme incorpora elementos típicos de Philip K. Dick como controle mental, organizações secretas e invasão de corpos — temas recorrentes na ficção científica.
Scanners pode ser lido como uma exploração da relação mente-corpo, do uso de drogas, do controle mental, da biopolítica, do terrorismo e da violência corporativa. No entanto, acredito que essa intelectualização seja mais acidental – o que não inibe a obra de uma certa afeição teórica de lastro literários mais ou menos evidentes.
Scanners é um olhar sobre os efeitos da ciência descontrolada, traduzido em uma imaginação bizarra e presciente de um futuro sombrio.
Fev 5
Scanners (David Cronenberg, 1981)
⭐⭐⭐⭐
Decidi entrar no filme sem conhecer o enredo, preservando o elemento surpresa. A única referência que tinha era a famosa cena da cabeça explodindo, mas não sabia nada sobre o contexto, a trama ou o significado de “scanners”.
O filme gira em torno dos “scanners”, indivíduos com habilidades telepáticas e telecinéticas extraordinárias.
Em Scanners, esses seres são resultado de experimentos científicos conduzidos pelo Dr. Paul Ruth, que desenvolveu um medicamento chamado “ephemeral”, administrado a gestantes para gerar crianças com poderes psíquicos. No entanto, devido a efeitos colaterais indesejados, a produção do “ephemeral” foi interrompida. Ainda assim, uma organização terrorista obtém acesso ao medicamento, planejando criar um exército de scanners para dominar o mundo.
A trama, que remete a clichês de filmes de espionagem e conspiração, é personificada em dois irmãos scanners, filhos do Dr. Ruth: Cameron Vale, o homem do shopping, e Darrel Revok.
Cameron é o “scanner bom”, que desconhece seus poderes e vive como um mendigo. Já Darrel é o “scanner mau”, líder da organização que busca dominar o mundo e eliminar os scanners que se recusam a se aliar a ele.
Cronenberg utiliza as convenções do gênero para explorar sua obsessão: revisitar o mito de Frankenstein à sua maneira.
Inspirado em Mary Shelley, ele aborda temas como a visceralidade, a corporalidade e uma visão crítica à ciência.
Sua abordagem é marcada por uma falta de pudor ao retratar deformidades grotescas e violência explícita. Além disso, o filme incorpora elementos típicos de Philip K. Dick como controle mental, organizações secretas e invasão de corpos — temas recorrentes na ficção científica.
Scanners pode ser lido como uma exploração da relação mente-corpo, do uso de drogas, do controle mental, da biopolítica, do terrorismo e da violência corporativa. No entanto, acredito que essa intelectualização seja mais acidental – o que não inibe a obra de uma certa afeição teórica de lastro literários mais ou menos evidentes.
Scanners é um olhar sobre os efeitos da ciência descontrolada, traduzido em uma imaginação bizarra e presciente de um futuro sombrio.
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fun ...
tá bom ...